Friday, December 28, 2007

Documentários 3


Aproveitando a balanço da gripe dediquei-me hoje a ver as 3 horas do documentário Los Angeles Plays Itself. Muito bom. O filme é um pouco desequilibrado, no sentido que as 3 horas deixam espaço ara o autor/narrador divagar e aprofundar temas vários que por vezes parecem um pouco acessórios à ideia inicial do filme. Mesmo assim não deixa de ser um dos documentários sobre filme mais interessantes a que eu já assisti. Acho que não vou voltar a ver da mesma forma um filme (ou uma série, fiquei a pensar que este raciocínio se aplicava muito também às séries americanas) ambientado em Los Angeles.


"Dividing his film into three umbrella sections—“The City as Backdrop,” “The City as Character,” and “The City as Subject”—Andersen traces Los Angeles’s onscreen evolution from the anonymous to the distinctive, and the distortions, misrepresentations, and cultural violence that followed every step of the way. Urging the viewer to reawaken “conscious spectatorship” from the uncritical acceptance usually thrust upon one by the machinery of narrative filmmaking, Andersen plumbs the unconscious of the films themselves: their unthinking recording of the city which most have treated as a useful prop at best, the inadvertent, epic-length documentary record of Los Angeles contained in the innumerable films which have made it the “most-filmed city in the world.” In his voluminous assortment of clips—everything from classic Hollywood staples to experimental cinema, from sci-fi flicks, action films, and straight-to-video erotic thrillers to European art films and even some poetic pornography—Andersen charts the use and misuse of Los Angeles landmarks (the Bradbury Building, Frank Lloyd Wright’s Ennis House, Union Station), the mingled fascination and scorn heaped upon the city’s famously eclectic architecture, the decades-long, caught-on-film disintegration of regions like Bunker Hill or the once-thriving downtown, and the intriguing hints that Los Angeles may have been far more comfortably racially integrated in the first half of the century than today."


(Tem um pedacinho no fim sobre o Cassavetes ;)

Thursday, December 27, 2007

Filmes que gostava de ver...

In to the Wild

Documentários 2


Acabei agora de ver o Gates of Heaven do Errol Morris. Tinha lido aqui que este era considerado um dos melhores documentários de sempre e que tinha nascido de uma aposta entre o Herzog e o Errol Morris.

Gostei do filme (até porque o tema dos animais e personagens caricatos que se apresentam e representam nos documentários funciona bem comigo), mas não achei, de facto, o melhor que alguma vez já vi. Não sei, se calhar porque muitos realizadores já fizeram inúmeros filmes parecidos com este nos últimos 30 anos, ou se calhar, porque a reality tv americana dos últimos dez anos já tornou familiar o grau de insanidade e estranheza das pessoas reais (por vezes muito mais do que as personagens fictícias).

Bom, não que o filme seja só isso. Tenho que dizer que o que é interessante neste caso é que nenhum destes personagens é particularmente insano, ou mesmo caricato... São estranhos personagens, um pouco tristes e perdidos. Gosto desta explicação do realizador:

"From the beginning, I would always object when people would say, 'It's the pet-cemetery movie.' No, no, no, no! It's not about pet cemeteries. And the next question is always,'If it's not about pet cemeteries, what is it about?' Well, that's tricky! In essence, it embodies many of the ideas that are in every single film I've made. The obsession with language. Eye contact. An interest in accounts of subjective experience rather than objective reporting. The fundamental belief that if you scratch the surface of any person, you will find a world of the insane, very close to that surface."

De qualquer maneira um aspecto, em particular, chamou a minha atenção. Um dos personagens (reais) da parte final do documentário, o filho mais velho de um proprietário do cemitério para animais, tem um estranho discurso muito estruturado sobre motivação que me pareceu familiar. As suas cenas vão se intercalando com o do irmão e o do pai, mas, à medida que o filme se ia desenrolando, cada vez mais o que ele dizia se parecia, quase literalmente, com os discursos do personagem do Pai no filme Miss Little Sunshine. Este senhor explica para as câmaras que trabalhou muitos anos nos seguros, subiu de posição, mas não aguentou a pressão. Resolveu então voltar para a Califórnia para trabalhar com o Pai e o irmão mais novo no pequeno cemitério da família. Apesar da sua história poder ser vista como uma história de insucesso e de ele próprio admitir que é só o número três na empresa familiar, o discurso dele é totalmente desfasado desta realidade e ele só fala de sucesso e de auto-motivação e de incutir motivação nos outros.

Para ter a certeza fui confirmar no google e descobri aqui que o Gates of Heaven é o filme preferido da realizadora do "Miss Sunshine".

Só por causa disso passei a gostar ainda mais deste filme :)

Wednesday, December 26, 2007


os meus natais são ininterruptos e cheios de confusão e com a idade fico menos natalícia. eu tenho uma família muito grande, muito bonita e com muita pinta. irmãos somos 4, pais 2, sobrinhos 3, primos no mínimo 3 e depois ainda há os outros. há os tios e as avós, e a memória do avô. cabem lá amigos também. há o abrir as prendas, certeiras, o comer doces sem fim (concluí, com uma prima muito sábia, que as rabanadas são como as tostas mistas e as torradas: sempre melhores sem a côdea. ), o pensar que os natais vão mudando de forma, conjugações possíveis daquelas pessoas e desta pessoa, que também se vai reconfigurando.
depois vai-se para casa, ou para onde a pessoa se sinta em casa, e recupera-se o fôlego; pensa-se: agora só para o ano; passa um pensamento fugidio (tipo reminder): aguenta-te que daqui a uma semana tens outra festa simbólica (mais light, mas simbólica, which kind of fucks things up). mas, aí, a respiração já está controlada. e, dizia, está-se já em casa, no "nosso elemento", e...

agora, na primeira pessoa...

pus a tocar o cd que a minha tia lucha me gravou e esta amiga freak, a da foto acima, começa a cantar o cry baby, a gritar, a expulsar, meio desesperada, a uivar um bocado até. e no primeiro berro, redimiu os últimos dias, os stresses, o ritmo, a falta de dinheiro p as prendas, tudo. eu adoro a janis joplin. adoro. é o post natalício possível.

além de que vou a nova iorque com os meus irmãos e primos. brutal.

Tuesday, December 18, 2007

30 Rock

O meu novo "guilty pleasure" (que só é guilty porque deveria estar a trabalhar, não porque seja mau) é sem dúvida a série da Tina Fey, 30 Rock. Não é sempre equilibrada, é muito, muito americana (e portanto metade das piadas fazem referência à cultura pop actual dos States e quem não esteja actualizado não as irá perceber), mas quando é boa, é muito boa. Daquelas séries em que vale a pena ver um episódio inteiro só por causa de uma frase (eu gostei do "never go with a hippy to a second location" :).



Queria deixar aqui o início deste episódio (que tinha uma tema que me diz alguma coisa), mas infelizmente a única coisa que consegui encontrar foi o diálogo:

Jack: We’re going green, Lemon. And do you know why?

Liz: To save the Earth?

Jack: So we can drain the remainder of its resources. Don Geist is a genius. He’s pitting all the divisions of the company against each other, to see who can make the most money from this environmentalism trend, and i am going to win with…

Jarod: Greenzo! Saving the Earth while maintaining profitability!

Jack: That’s right Jarod, Greenzo is the first non-judgemental, business-friendly environmental advocate.

Jarod: The free market will solve global warming…if that even exists.


Ah, e dura só 20 minutos, portanto é o ideal para ver no intervalo do trabalho ;)

Filmes que gostava de ver...

Once

Monday, December 17, 2007



 


















mas o resultado é sempre o mesmo.


só tentativas









Friday, December 14, 2007

O presente de Natal perfeito



(pena que eu já tenha encerrado os meus)

Eu gosto deste
(tenho muito simpatia pelos desenhos do Exploding Dog)

Thursday, December 13, 2007

Boas ideias...

Para os milhares de proprietários de sofás Ikea que estão a pensar numa renovação...
Um site especializado em capas de sofás e cadeiras IKEA.

Wednesday, December 12, 2007

A melhor invenção do mundo!


(um nougat de pevides com chá verde e sésamo)


Comprado num supermercado chinês no Martim Moniz.

(ir a estes supermercados é um pouco uma aventura de exploração, fico sempre uma hora perdida por lá, fascinada com os inúmeros produtos que lá vendem. Acabo sempre por escolher um ou dois só para experimentar e ver como é. Este é absolutamente delicioso, genial até. Já o chá das 24 sementes que eu comprei... felizmente a minha companheira de casa gosta de sabores fortes ;)

Sunday, December 9, 2007

Bom dia!

Wednesday, December 5, 2007

Documentários 1

RIDING THE RAILS



Desde que descobri como funciona um torrent e a quantidade de giga que a minha internet me deixa para fazer downloads tenho andado a aventurar-me no mundo do download de filmes. Normalmente filmes que não conheço, mas de uma forma geral escolho sobretudo documentários. Não sei bem porquê esta paranóia, mas é verdade que sempre adorei documentários bem feitos e de todos os géneros este é o mais difícil de se ver no cinema, ou mesmo televisão. Tenho portanto andado a pesquisar em blogs vários à procura de informações e juntando vários torrents para downloads futuros (não tenho assim tantos giga)

Hoje vi este: Riding the Rails. Muito fixe. No inicio achei que ia ser um pouco descritivo demais, muito centrado na descrição do que era a vida daqueles jovens desamparados que andavam de comboio em comboio de um lado para o outro do país. Mas depois, algures, a história vai-se misturando com a própria história do país, mas sobretudo com as memórias das pessoas que dão o testemunho e o filme ganha outra dimensão... Bom, eu não tenho jeito nenhum para fazer reviews de filmes, a Fili é muito melhor do que eu nisso, não me alongo... algures o que que o que achei mais interessante foi a forma como conseguíram desmistificar da ideia romântica associada a este tipo de vida, mostrando o lado mais cruel da grande depressão americana, mas evidenciando, ou mesmo tempo, a forma como a noção de liberdade se articula, no imaginário e na realidade, à necessidade e ao sofrimento.

A banda sonora é muito boa.

Videos de que gosto...



isto também era boa prenda de natal.
já que uma lareira não pode ser.

sempre à volta do mesmo. acho que gostava de ter uma lareira, este natal. ponho umas velinhas que me dão algum conforto, são queridas e aconchegam mas o que eu gostava mesmo era uma lareira que pusesse tudo a cheirar a lenha queimada e aquecesse muito esta casa comprida.
gosto muito daquelas lareiras como vi poucas, em que o espaço para o fogo é tão grande que cabem banquinhos de lado, como se as pessoas ficassem dentro das lareiras, como uma pequena inversão fixe da ordem das coisas. o citizen kane, lá na casa gigante da susan alexender (?), tinha uma lareira brutal que fazia-os parecer liliputianos e essa não é bem a minha cena, eu é mais casa de bonecas. as lareiras modernas, daquelas com tampa, enfim... é melhor que nada. mas tira-lhes a pinta; castra-as, aquela tampa que tem de ser lavada.
uma lareira é aberta.
gosto muito dos quadros e dos filmes que têm lareiras, são fontes de luz lindas de morrer e, mesmo que o cenário seja medieval, a pessoa de algum modo relaciona-se com aquilo, é empatia automática, é certinho que vá gostar. há 2 ou 3 realizadores portugueses que têm isso.
a minha amiga bárbara tem uma lareira que não usa. é já um bocadinho bom. mas como ela tem espadas e uma espingarda antiga em casa, o filme é outro. quem tem pinta pode ter uma lareira e não a ligar. a minha irmã catarina tem lareira e usa. a lia e o antónio já devem poder começar a usá-la este inverno, amigos com lareira é a perfeição. (e crumble ou muffins ou bolas de berlim caseiras.) no sobral, há lareira. a cena é que só 4 pessoas podem disfrutar genuinamente do calor forte que ela liberta. 4 ou 6 pessoas.
há pessoas que são como lareiras, isso é muito bom, e muito bonito.
como eu gostava de ter uma lareira!

bem, do que gosto mesmo é poder escrever composições como na escola primária e não ter ninguém a chatear e ter 30 anos e ter gasto uns minutos a desabafar sobre coisas interessantes como as lareiras.

Monday, December 3, 2007

ETSY


Como prometido (a algumas pessoas) ficam aqui algumas dicas para fazer pesquisas na ETSY e encontrar presentes de Natal fixes.

O ETSY é um site gigantesco onde todas as pessoas que fazem ou produzem coisas à mão (roupa, malha, jóias, bonecos, malas, postais, fotografias, etc.) abrem uma loja e vendem os seus bens. Trata-se portanto de um site com milhares de lojas de artistas de todo o mundo a vender as coisas que fizeram. É portanto o sitio mais fixe para se encontrarem prendas originais.
Primeira coisa a ter em mente: o transporte demora tempo, por isso se quiserem ter o vosso presente antes de dia 24 é melhor fazerem as compras esta semana (ou confirmem sempre com o vendedor o tempo esperado de transporte - os vendedores do Etsy às vezes são mais desleixados com essas coisas do que os da Ebay)
Segunda coisa a ter em mente: O Dollar está baixíssimo :). É de facto uma alegria comprar uma coisa gira em dollares, acrescentar o transporte e depois verificar que afinal não era nada tão caro como tínhamos pensado. É de aproveitar.


A maior dificuldade com o ETSY é que tem tanta gente a pôr lá coisas que por vezes é difícil achar as coisas verdadeiramente interessante. Ficam portanto aqui algumas dicas para pesquisar no Etsy sem se ficar demasiado frustrado com a quantidade de missangas que lá vendem:

1- pesquisa por palavra(s) chave(s). Esta é óbvia. Tenho que dizer que depende muito do produto que se procura. Se escreverem bags, por exemplo, irão aparece milhares de coisas não sempre interessantes. Convém serem mais específicos. Nesta época do ano, uma boa pesquisa é 2008 calendar. Irão aparecer todos os calendários feitos à mão por todos os especialistas em postais e cartões do Etsy. Algumas coisas muito boas. Experimentem depois calendar 2008 letterpress, também dá bons resultados. Gosto também de fazer umas pesquisas bastante mais centrada no tema do objecto, mais do que no objecto em si. Por exemplo dogs, ou uma preferida minha urchin.

2- Uma vez identificado um objecto de que gostam, vão espreitar a loja onde se insere para verem os outros objectos do vendedor. Aí têm também uma outra opção de pesquisa de que eu agora gosto muito: os Favorites. Cada vendedor tem uma listagem de objectos e lojas favoritas no seu perfil. Se gostarem das coisas que ele faz também se calhar gostarão das que ele gosta (por acaso não é sempre verdade)... podem ir assim pesquisando de favorites em favorites, de vendedor em vendedor até acharem do que queriam. Estranhamente tenho verificado que muitos do vendedores não são assim tão criteriosos nos seus favorites, por isso guardei estes favorites da vendedora Eveluche... que me pareceram muito bons e que são uma boa introdução às boas lojas do Etsy.

3- Por último, mais uma dica, a time machine II. Esta opção permite-vos ver os últimos itens que foram colocados à venda ou então os últimos a serem vendidos. Quando estamos só a tentar ter ideias é uma boa opção. Se bem que eu fico sempre horrorizada com as coisas horríveis que as pessoas optam por comprar.

Não vos dou nenhuma morada específica de lojas no ETSY porque elas são muito variadas em termos de tipo de objecto, preço, etc. e depende dos gostos e do que se está à procura. Mas este 3 sites costumam ser boas fontes de links para objectos e lojas da ETSY (e não só).

Camila Engman
port2port
designsponge

Boas compras.

(a grande dificuldade de tudo isto é conseguirmos comprar os presentes para as outras pessoas sem ficarmos demasiado tentados em comprar alguma coisa para nós)

Friday, November 30, 2007

Filmes a ver...

Thursday, November 29, 2007

:) :) :) :) :)

Wednesday, November 28, 2007

Já chegou :)



Comprado nesta loja do sempre inesgotável Etsy...

Monday, November 26, 2007

Barden



Demasiado linda, esta foto, para não ser publicada sozinha :)



OH HEAVENLY SALVATION!

OH HEAVENLY SALVATION!

há uma coisa na vida, uma coisa pouco complicada mas o suficiente para baralhar esta minha cabecinha, uma coisa que impõe uma nova organização - para não lhe chamar apenas "desorganização"-, e que derruba e ultrapassa e atropela mas que é construtiva e linda e brutal - e é muito rara também. essa coisa não me deixa descer à terra. melhor: tira-me temporariamente mas com frequência a vontade de viver as realidadezinhas que compõem a minha desde trás, e que têm direitos, ah pois têm. é tonto, bem sei; não se faz, mas acontece. é como um tufão positivo e só me apetece mexer-me devagar para ver se ele se instala direitinho e se cresce bonitinho. paneleirices. mas por isso é que não tenho escrito aqui e que tenho andado mais na minha.
não vejo os meus sobrinhos há uma catrefada de tempo, não tenho conversas longas com amigas e amigos há bué, o lynch escapou-me mas caguei, só agora tratei de arrumar o meu quarto e porque estive (e estou) doente. mas a essência está cá e sorridente.
há algum tempo atrás dei uma queda brutal de cavalo e há uns meses houve alguém que apareceu e deu-me vontade de voltar a subir lá para cima. ainda estou a viver esse encontro. nada mau.

Saturday, November 24, 2007

A t-shirt...



Durante toda esta semana tivemos um festival de cinema simpático aqui em Bellinzona. O tema sao os jovens; e entre outras coisas vi o My Blueberry Nights, o XXY e o Persepolis. Esta curta foi uma das que passou na noite Castellincorto Night.

Wednesday, November 21, 2007

Oh, que lindo!




As coisas lindas que este senhor faz!

Videos de que gosto...

muito lindinhos...

Wednesday, November 14, 2007

Earth Rise

Tuesday, November 13, 2007

Filmes a ver... talvez

Margot At the Wedding



Be Kind Rewind

Monday, November 5, 2007

100 Maiores Discos da Música Brasileira

Não sei se são os 100 maiores, nem se estão na ordem certa. Mas que é uma colecção invejável é... e está aqui ao alcance de todos...

Wednesday, October 31, 2007

ehehehe
estou a ouvir o zeca afonso na última hora solitária antes da big-big party.
que coisa mais bonita.

Dia dos Mortos

A vantagem de ter tido avós que moravam em Coimbra é que quando era pequenina cheguei a fazer a ronda das casa dos vizinhos, no dia dos mortos cantando:

Bolinhos e bolinhós
Para mim e para vós,
Para dar aos finados
Que estão mortos e enterrados
À bela, bela cruz
Truz! Truz!
A senhora que está lá dentro
Sentada num banquinho
Faz favor de vir cá fora
P´ra nos dar um tostãozinho.

Na verdade nós cantávamos bolinhos... e acho que era isso que recebíamos, mas bom...

Margot at the Wedding

Tuesday, October 30, 2007

estou a (tentar) fazer uma tese sobre road-movies e a cinemateca sai-se com isto.
há uns anos, estava a fazer uma outra sobre o cassavetes, o john, e a cinemateca também esteve lá para mim.
bem-hajam, meus senhores.

ROAD MOVIES: LEMBRANDO JACK KEROUAC (Início)
em colaboração com Projecto On the Road. Remembering Kerouac.
São os fi lmes “pela estrada fora”, como no célebre romance de Jack Kerouac. Como género começaram no fim dos idos anos 60 com EASY RIDER e BONNIE AND CLYDE, mas sobretudo, claro, com EASY RIDER:
filmes em que uma personagem ou um grupo restrito de personagens partem ao encontro da fuga – seja ela de outrem ou da vulgaridade dos dias – e percorrem, na estrada, um percurso de redenção ou, pelo menos, a sua procura. A fórmula tem evidentemente mais ingredientes, e está intrinsecamente ligada a um universo e a uma geração americanos, mas pode resumir-se assim.
Para além dos citados, há títulos obrigatórios em qualquer “road movie’s list”, por exemplo, Two-Lane Black Top, de Monte Hellman ou o mais obscuro ROAD MOVIE, de Joseph Strick (ambos de 1974), mas é particularmente sedutor pensar nas infl uências do género entendido enquanto tal nos anos 1960 e nas suas variações. Entre as primeiras contam-se clássicos como
IT HAPPENED ONE NIGHT (Capra, 1934), THE WIZARD OF OZ (Fleming, 1939), THE
GRAPES OF WRATH (Ford, 1940) ou, da década seguinte, mais próximos do espírito geracional do género, THE WILD ONE (Laslo Benedek, 1953) ou Rebel without a Cause (Nicholas Ray, 1955)… As variações permitidas pelo género incluem fi lmes entre si tão diferentes como – e os
exemplos podiam somar e seguir – Motorpsycho! (Russ Meyer, 1965), Week-End (Godard, 1967), In Lauf der Zeit / Ao Correr do Tempo (Wim Wenders, 1976, mas também PARIS. TEXAS, incluído no programa deste mês), Les Rendez-Vous d’Anna (Chantal Akerman, 1978), Route OneUSA (Robert Kramer, 1989), Dead Man (Jim Jarmusch, 1992), Honkytonk Man (Clint Eastwood, 1992), Even Cow-Girls Get the Blues (Gus vanSant, 1994) ou o desacelerado THE STRAIGHT STORY (David Lynch, 1999)… Exibimos alguns entre estes e outros títulos indispensáveis, como VANISHING POINT, DUEL ou, numa primeira exibição na Cinemateca, CONVOY de Peckinpah.
Assinalando os 50 anos da publicação de On the Road, de Jack Kerouac, 15 artistas plásticos portugueses reuniram-se para evocar a data, apresentando obras infl uenciadas pela escrita de Kerouac, pelo seu universo e o da Beat Generation em geral, numa exposição a decorrer em Lisboa em Novembro. À Cinemateca, pela mesma ocasião, propuseram a organização de uma
retrospectiva que contemplasse os Road Movies, indo de encontro a uma ideia de programação já existente. Este Ciclo vem daí, prolongando-se no próximo mês de Dezembro.

EASY RIDER
Easy Rider de Dennis Hopper
com Peter Fonda, Dennis Hopper, Jack Nicholson
Estados Unidos, 1969 - 94 min / legendado em espanhol

Seg. [05] 21:30 Sala Dr. Félix Ribeiro
Programação Novembro 2007
DUEL
Um Assassino pelas Costas de Steven Spielberg
com Dennis Weaver, Eddie Firestone, Lou Frizell, Tim Herbert
Estados Unidos, 1971 - 90 min / legendado electronicamente em português

Qui. [08] 19:00 Sala Dr. Félix Ribeiro
THELMA & LOUISE
Thelma e Louise de Ridley Scott
com Susan Sarandon, Geena Davis, Harvey Keitel, Michael Madsen
Estados Unidos, 1991 - 129 min / legendado em português

Ter. [13] 19:00 Sala Dr. Félix Ribeiro
WEEK-END
Fim de Semana de Jean-Luc Godard
com Jean Yanne, Mireille Darc, Jean-Pierre Léaud
França/Itália, 1967 - 102 min / legendado em português

Seg. [19] 19:00 Sala Dr. Félix Ribeiro
CONVOY
O Comboio dos Duros de Sam Peckinpah
com Kris Kristoff erson, Ali MacGraw, Ernest Borgnine, Burt Young
Estados Unidos, 1978 - 110 min / legendado electronicamente em português

Qua. [21] 19:00 Sala Dr. Félix Ribeiro
LONGE DAQUI de João Guerra
com Canto e Castro, Filipe Cochofel, António Pedro Figueiredo, Maysa Marta, Glícinia Quartin, Manuela de Freitas
Portugal, 1993 - 100 min

Qua. [28] 22:00 Sala Luís de Pina
VANISHING POINT
Corrida Contra o Destino de Richard Sarafi an
com Barry Newman, Cleavon Little, Dean Jagger
Estados Unidos, 1971 - 96 min / legendado electronicamente em português

Qui. [29] 19:00 Sala Dr. Félix Ribeiro
Programação Novembro 2007
PARIS, TEXAS
Paris, Texas de Wim Wenders
com Harry Dean Stanton, Nastassja Kinski, Dean Stockwell, Aurore Clément, Hunter Carson
Alemanha/França, 1984 - 142 min / legendado em francês

Monday, October 29, 2007


é a rainha

Sunday, October 28, 2007

Revisiting Brideshead Revisited

Aparentemente resolveram fazer uma adaptação para cinema de um livro que eu não li, mas que já tinha sido uma série imensamente boa da BBC... Veremos. Esta versão não tem o Jeremy Irons, mas tem a Emma Thompson, talvez valha a pena.

Fotos aqui

Tuesday, October 23, 2007




















esta semana nasceu uma sobrinha, filha de uma amiga de há 20 anos, é linda linda. retomei com precisão cirúrgica a tese. finalmente comprei o nebraska, que é perfeito. o verão já lá vai mesmo. não vejo os meus sobrinhos há tanto. para a semana há grande festa por ocasião dos meus 30. tenho uns sapatos novos. a casa da minha família na beira baixa está a ser refeita e vai ficar muita gira. os gatos continuam aqui, pelo pátio, e eu tento convencer-me de que gato não sou.

Tuesday, October 16, 2007

Tchau, Pai!



(encontrado aqui)

A música da minha vida?

Potato chips.mp3

Friday, October 12, 2007

Paulo Autran 1922-2007


Para ouvir aqui, Paulo Autran recita Drummond de Andrade.


(Houve uma altura que ouvia muito este disco, o que é dizer muito porque de forma geral não gosto nada de ouvir pessoas a recitar poesia)

Wednesday, October 10, 2007

Um site precioso

Neste site encontrarão linkados e disponíveis para serem vistos quase todas a séries e documentário de que se lembrem. Os links não funcionam sempre, a qualidade por vezes não é a melhor, e por vezes terão legendas em estranhas línguas asiáticas. Mas... é perfeito para quem tem um portátil, gosta de ver séries sozinho, não tem tv cabo, tem internet wireless, um sofá confortável e uma gata simpática ;). O menu completo de episódios das séries da nossa vida à disposição.

(By the way, a nova série do House está cada vez mais caricata, mas talvez por isso mais divertida. Imaginam-no com 40 assistentes?)

ontem à noite, recebi um sms de uma irmã que dizia ter acabado de ver no vh1 5 videoclips do suede, a banda por que me apaixonei no liceu, quando vivíamos num subúrbio que eu amo chamado queluz.
eu tenho 3 irmãos mais novos, sempre dormi no mesmo quarto com a catarina (já disse isto, bem sei). a minha adolescência, tal como a minha infância, foi muito feliz. e a coisa da música, que sempre tanto bombou, foi vivida intensamente por mim mesma e, por contiguidade proximidade e necessidade, pela catarina e pelos outros 4. os suede foram uma descoberta pessoal, um amor forte que passou mas, como todos os amores, ainda estão dentro de nós a habitar alegre e silenciosamente o espaço que sempre terão porque é deles. eu não conhecia o bowie, sem ser os êxitos meio decrépitos do final dos 80's. o bowie é que é. mas gostei muito de ver um homem a cantar desesperado, deixar-se de merdas e ir aos agudos sem pudor. era muito feminino, aceitava-o e cantava-o. depois, era o piano e a distorção pseudo-rebelde e a fazer disso o pano de fundo de poemas mmm.... menos bons. aquilo era uma sinfonia bem bonita aos ouvidos de uma menina da linha de sintra que usava botas de biqueira de aço (mas que sempre gostou da harmonia) e que sabia que o futuro é que era, é que havia de ser. a britpop veio por arrasto.
ouço o so young hoje e fico toda arrepiada. é link directo a uma certa meninice, mas é muito mais a descoberta da música por mim mesma, de uma liberdade muito adolescente mas muito muito linda.
a catarina enviou-me a mensagem a falar disso mesmo.
irmãos é que é, porra.

Monday, October 8, 2007

Amy Winehouse

Depois de ouvir uma vezes a senhora Esther Phillips lembrei-me com quem a sua voz se parece um pouquinho...

Esther Phillips



(Estava pesquisando sobre esta cantora de vida conturbada, quando descobri este outro vídeo onde ela é apresentada por um senhor bem conhecido :)

Sunday, October 7, 2007

Estamira

Trailer



(gostava muito de ver este documentário)

Um pouco de música...

Powered by eSnips.com

A escolha das músicas é muito aleatória, variada, mas fixe... ando ainda a explorar as potencialidades destas playlists. Queria deixá-la aqui ao lado, em vez de num post, mas descobri que só a fili é que tem direitos sobre o template :)

Saturday, October 6, 2007

Pomba-gira beats


Hu, hu... com a vontade que tenho de ir por aí dançar ao som de música boa esta super compilação vem mesmo a calhar... a internet tem tudo, é inacreditável. Não consigo fazer o link para o post original portanto fica aqui o texto do post e o link do site. Procurar o post de 21 do 7: Pomba-Gira beats












"Pomba-Gira beats; uma coletânea feita pra dançar!

Esse é um projeto que mó tempo estava guardado. E por preguiça e falta de tempo fui deixando de lado.
E dessa vez eu tomei coragem, e resolvi colocar lado a lado uma parte das melhores músicas cantadas por super vozes femininas, tais como:
Marva Whitney, Nina Simone, Minnie Riperton, Ella Fitzgerald, Roberta Flack, Aretha Franklin, Lyn Collins, Sarah Vaughan, Sharon Jones, Marlena Shaw, Yvonne Fair, Fontella Bass, Spanky Wilson e outras. Essa mulherada realmente é foda!
Muitas dessas canções já deram o ar da graça aqui no SaravaClub* e outras não, por isso resolvi dar uma ‘lapidada’ nos plays, e fazer um ‘catado’ de responsa pra galera.
Pois é bem provável que muitas pessoas não conseguiram abraçar tudo, e agora é só aproveitar essa oportunidade.
E quando digo que o disco é pra dançar, é verdade; pois o Funk é o carro chefe, e na seqüência o Soul domina. Pra quem vai dar uma festa e não tem um Dj, pode colocar esse play na vitrola e arrastar as ‘havaianas’. E se o assoalho da residência foi encerado com uma Parquetina, descalço é melhor ainda.
É lógico que no meio do disco tem aquele momento pra tomar um ‘Ki suco’ e observar aquela lua poética, mas é mínimo. Pois o esquema é dançar.
Atenção mulheril, essa coletânea foi feita pra vocês, espero que gostem.
Abraços,
Niell.
"

PS- sites de música inacreditáveis têm os nossos amigos brasileiros. Depois deixo aqui mais uns links fixes.

PS2 - Pergunto aqui aos nossos 3 leitores e a toda a família da Filipa ;), será que alguém sabe de um sítio bom para ir dançar em Lisboa? Ando desinformada.

ps3 - Podiamos era pegar nestes discos e ir bater o pé lá no terraço novo da Filipa ;)

Friday, October 5, 2007

Colours in New York

Thursday, October 4, 2007

encontrei uma crítica ao concerto do caetano. eu não resisti e já ouvi.
a crítica explica bem, concordo.
é a puta da loucura:


Por Carlos Augusto Gomes

Cê ao Vivo, novo trabalho de Caetano Veloso, foi gravado em junho na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. Como o próprio nome indica, o CD documenta a turnê do álbum Cê, lançado no ano passado. No palco, assim como no estúdio, o veterano cantor e compositor está acompanhado de uma banda compacta (o guitarrista Pedro Sá, o baixista Ricardo Dias Gomes e o baterista Marcelo Calado) e de som bem roqueiro. Roqueiro como Caetano não era desde o início dos anos 70.

Apesar do nome Cê ao Vivo, somente pouco mais de um terço do álbum é composto por músicas de Cê - seis das dezessete faixas. O restante é basicamente uma mistura de canções do exílio em Londres ("Nine Out of Ten", "London London", "You Don't Know Me"), sucessos de diversas faixas de sua carreira ("Fora da Ordem", "Como Dois e Dois", "Um Tom") e clássicos em versões radicalmente diferentes das originais ("Sampa" e "Desde Que o Samba É Samba").

Essas duas faixas são justamente as melhores do disco. "Desde que o Samba é Samba" virou uma espécie de samba rock desconstruído, com direito a um espetacular trabalho de Pedro Sá na guitarra. Já "Sampa", originalmente um choro, aparece transformada num rock repetitivo e hipnótico. Outros belos arranjos são os de "London London" (uma versão minimalista), "Como Dois e Dois" (um blues) e "Nine Out of Ten" (mais acelerada).

E há também as canções de Cê, de longe o melhor álbum de Caetano desde o início dos anos 80. Novidades como "Outro", "Rocks", "Odeio" e "Minhas Lágrimas" não fazem feio diante de "Sampa" ou "Nine Out of Ten". Os aplausos e gritos do público ouvidos durante essas faixas (tudo captado, aparentemente, sem overdubs posteriores em estúdio - mais um ponto para o cantor) não deixam mentir - estão aí novos clássicos.





















falta só uma semana. é que já só falta uma semana.

Wednesday, October 3, 2007

That's all I need...

Não conheço o filme e não sou a maior fã do Steve Martin, mas vi este vídeo linkado no outro dia como sendo um dos melhores monólogos do cinema e tenho que dizer que de facto é bom...


thought i would run out of things to say

Wednesday, September 26, 2007

vou fazer 30 anos em menos de dois meses. estou tipo pêndulo entre aquela sensação de bem estar de quem encontra e vive uma maneira própria e "certa" de estar na vida (identidade bem definida, na medida do possível) e pensamentos um bocado assustadores, como filipinha? tic tac, tic tac!!. este tic tac é poderoso, tem o peso da vida toda.
a pessoa é criança, brinca, choraminga, deixa-se levar e sente que aos bocadinhos há qualquer coisa de seu, de só seu, a formar-se. entra na adolescência, experimenta, aproxima-se de quem faz mais sentido, escolhe. a pessoa continua a andar, vai para a faculdade, ou se idenfica ou não. eu não. mas retomei a ligação à academia por via de um amor velho, o cinema. mas lá vai desbastando o seu caminho para poder passar em condições, conhece outros mundos, outros amores, apaixona-se por lugares por frases por caras por tudo, mas também leva alguma pancada. se tiver sorte, leva só aquela que, pronto, terá sempre de levar. se tiver muita sorte. como eu, aliás.
e depois chega a esta fase em que se goza da indepedência e da liberdade e, quando possível, da felicidade. mas o lembrete do tic tac está lá, está cá. a ver se da próxima vez não me ponho a ouvir música clássica enquanto me obrigo a trabalhar, depois de ter enfardado uma excelente sopa de legumes, secretos de porco preto com arroz de grelos e ainda mini-colherzinhas de mousse de chocolate. foge a vontade de trabalhar, os poros aceitam toda a luz que o rio manda para aqui e fica uma moleza sem explicação.
vou fazer 30 anos em menos de dois meses.

Friday, September 21, 2007

ontem fez um ano que apanhei um avião para nova iorque por três meses. foi muito bom, nunca tinha estado fora da lusitânia por mais que 1 mês e, mesmo assim, foi sempre em modos totalmente diferentes. tive muitas visitas, estive fora da big apple umas duas semanas, mas a verdade é que saí de lá a sentir que tinha conseguido inserir-me bem na paisagem, como diz a minha amiga guia turística da terceira. não destoava, isto é.
não é difícil a pessoa sentir-se parte de nova iorque. há lá sítio para todos porque basicamente estão lá todos, o caminho já foi aberto. é uma plataforma de convívio, onde cada um está na sua a um ritmo alucinante e com um investimento muito forte e verdadeiro nessa sua trajectória. e a força com que percorrem aquelas ruas, a força com que estão na vida, a força que eu tinha quando lá estava, dá-lhes uma pulsão incrível, tudo fervilha.
eu já disse e escrevi isto mil vezes mas, com ipod a bombar, a sair domingo à tarde, no finzinho da tarde, naquele vazio poderoso e lixado do domingo, a descer a broadway, em plena village, pleno outono, eu reduzida a mim mesma, família e amigos a uma distância tão grande que se traduzia em tempos diferentes - eu vivia concretamente o meu próprio tempo - , tudo isto, tudo isto formava o mais bonito dos quadros. e eu a estrela desse filme, é pouco humilde mas é real.
como se já não fosse o sítio que eu mais amava no mundo - sítio fora de mim - , a coisa concretizou-se em beleza ali na esquina na 3rd com a 27th, num estúdio cool que foi o mais bonito porto em que atraquei.
(e isto é a essência da coisa, é que nem falo de tudo, tudo o que aconteceu por lá.)
tenho muitas, muitas saudades. e, quanto mais procuro nova iorque dentro de mim, fico com mais saudades, descubro um abismo mas encontro a certeza de que lá voltarei e, novamente, em grande.

Tuesday, September 18, 2007

é fuga recorrente a aldeia do meu avô.
fuga mental, mas fuga. no último ano, com tanta viagem, com tanto tempo passado em territórios agora menos estranhos, a imagem da aldeia do meu avô tornou-se ainda mais mítica na cabeça de uma neta que ainda hoje o coloca lá em cima (mas isso é do porradão de saudades que guardo comigo). em nova iorque, pensava nas pedras do chão lá da terra, da grossura das paredes, do cheiro lindo a lenha, nas mulheres com rugas como estradas na cara. nos outros sítios por onde passei mais tempo, a verdade é que quando pensava em "casa" era naquela casa. muito estúpido porque nunca lá vivi, era para lá que ia nas férias, é sobretudo ligação forte com um lado da minha família que é meio desligado deste tipo de coisas.
é imagem mental que tranquiliza e que automaticamente traz aquela sensação de pertença a alguma coisa que é mais do que a família. refúgio, escape, casa de repouso, sítio único no mundo, o espaço que conheço desde sempre, que permanece e resiste ao tempo, às outras casas. a tudo, parece-me. deve ser essa força que me tranquiliza.

Monday, September 17, 2007

"Depois do jantar iremos ao cinema", resolveu o homem. Porque depois do cinema seria enfim noite, e este dia se quebraria com as ondas nos rochedos do Arpoador.
(é assim que acaba o conto laços de família, da clarice lispector.)

é impressão minha ou o que se quer está tudo aqui nesta frase? o dia quebrar-se nas super-pedras do arpoador, no rio, é uma imagem boa. andar a galope no cinema, que nos levará até à noite que rebentará nas mesmas pedras, por mim podem ser outras pedras, é o que se quer da vida.
não é mau começar o dia com uma frase destas, no metro para o cais do sodré, com um friozinho húmido a encaracolar o cabelo. viva a leveza, que também é séria.

Monday, September 10, 2007

Brel












Friday 07th September 2007
Brel - Glasgow's Belgian Bar and Restaurant
Sound Museum
DJ

Price: Free

Time: 9pm-12am

Hushpuppy (Divine at The Art School) and Chris Geddes (Belle and Sebastian) dig their bottomless vinyl crates where they discover dusty funk breaks, heartbreaking soul, foot-tapping jazz and pop-latin vocals from a forgotten past. Retro soul excursions.


(Isto foi o programa que apanhámos em Glasgow na Sexta-feira. Há muito tempo que não ouvia música tão fixe num bar, pena que os escoceses ainda não estivessem numa de dançar)

as janelas são sempre fixes. deixam passar a luz, deixam respirar, são passagem. quando a porta se fecha, a janela abre-se. e tudo o que está para lá da janela é sensual porque a observador do lado de cá encontra tudo exposto no lado de lá. está tudo exposto à espera de ser tocado, seja lá como for. a pessoa encontra aquilo que consegue ver e repara no que a sua predisposição lhe permite. a pessoa é rei e rainha porque os olhos lá fazem a sua rota e a cabeça constrói. há um lado meu que percebe e gosta daquelas senhoras, velhas, que passam horas à janela a ver, e não é só por eu ser coscuvelheira. é que é reconhecimento de território. mas ainda me dá uma certa claustrofobia a condição humana, os olhos estão na cabeça, onde tudo tem de caber. custa forçar as coisas de modo a que caibam na nossa cabeça.
é bom só ver.



Wednesday, September 5, 2007

Squirrel love



(continua a gostar imensamente deste bichinhos...)

Tuesday, September 4, 2007

Boxing




Dog Love

Edimburgo


A cidade é linda e as pessoas simpáticas. O tempo não tem explicação... Já percebi porque é que o meu bisavô Semple imigrou para o Brasil.









(A gravura é da exposição "Amazing Rare Things" organizada pelo David Attenborough)

Sunday, September 2, 2007

estou a fazer uma tese sobre filmes que se passem on the road, na américa. simpatizo tanto com músicas de essência blue que dão voz àqueles que andam por aí, à procura de um fio condutor dentro de si mesmos. sem dramas e assim. a pessoa passa sempre por momentos destes e parece-me que a minha geração está muito no mesmo barco à conta de não ter o norte tão claro - o que não tem de ser mau, dá pinta e surgem soluções mais criativas e ricas, muita vez. eu adoro deixar-me enrolar na rebentação da onda forte mas não dramática. é a vertigem.
as músicas filmes livros que dão voz à malta como a malta, que está um pouco "por aí" são o contrário de estar na rebentação das ondas, são bom porto.
um porto a que recorro há uns anos é do Cartola, chama-se "Preciso me encontrar" e a Marisa Monte não canta nada mal. É o poema seguinte, com cavaquinho, pandeiro, violão e um swing jeitoso que traz a melancolia das palavras cá mais para cima e a pessoa só pode abanar-se, entender e deixá-lo ir. É mesmo bonita.

Preciso me encontrar


Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer

Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar

Thursday, August 30, 2007

No Country for Old Man



Irmão Coen + Javier Bardem + o actor que fazia de irmão mais velho nos Goonies

Muito Bom...

Wednesday, August 29, 2007

e se eu nunca conseguir deixar de me passar com o big picture das coisas?
é que já vou para os 30...

a casa nova tem um corredor comprido e um pé direito alto. as portas são brancas com maçanetas douradas (dispensável). o chão é de soalho flutuante e é desnivelado, porque a casa é velhinha mas está remodelada. a cozinha e a sala dão para um terraço fixe, cercado por outros terraços por todos os outros lados. faz lembrar as traseiras daqueles quarteirões ingleses, em cidades feias e escuras e húmidas. as traseiras a dar umas para as outras, tudo delimitadíssimo e, dentro de cada bocado de terra, o caos total. o nosso terraço ainda não tem nada, há-de ficar giro. de qualquer maneira, não está desabitado. os aristogatos andam por lá e entram e saiem de todos os terraço como se dominassem a cena. eu, perante gatos, costumo ser perdedora. vamos ter de ser amigos. mas, dizia, os terraços são todos muito diferentes e dá-me ideia de que vou ter a minha muito própria janela indiscreta, que sou dada à observação do alheio.
é um glamour muito próprio, o da morais soares. um amigo dizia noutro que tinha bom potencial literário, ou qualquer coisa do género. eu apontaria mais, por causa do andamento, do som e da luz, para qualquer coisa de muito cinematográfico e de muito lisboeta.

o rio está mais longe mas continua perto.

Monday, August 27, 2007

Livraria Cultura

Curta Cultura




(A Fnac bem que podia lançar uma iniciativa desta, em vez de não me devolver o dinheiro da minha encomenda on-line cancelada ou de me vender impressoras não compatíveis com o meu computador.)

o stress começa a tender para menos infinito.
esta imagem tem cores tão lindas mas os tons são não-verão.
mas a pessoa em mudanças tem um ar tão bonito e tranquilo.
penso no primeiro mergulho no mar, já na outra casa.
e vou apontar para aquela expressão nos próximos dias.

Friday, August 24, 2007

Ah, se eu fosse uma menina rica...



... era aqui que ficava, na minha viagem a Barcelona :)












No Hotel Casa Camper...

talvez andar às voltas com o cohen, ao acordar, não seja a coisa mais inteligente para se fazer.

quando nos mudámos de queluz para lisboa (a minha família nuclear), eu e a catarina fomos airosamente acampar ou assim com os babes da altura. quando chegámos ao bairro de s. miguel, já tudo tinha aterrado, um privilégio gigante. quando fui morar com a marta para a bica, combinei com os amigos que me ajudavam e eu oferecia um almoço ali, no dantas, e a coisa fez-se assim, foram lindos e como é que não haveria de ser uma pessoa de pessoas? da bica para a rua da cornucópia, foi mais normal. a sandrine juntou-se e foi uma festa, para mim foi uma festa, houve homens de mudanças e tudo. até porque a casa tinha estores, um up-grade magnífico, uma pessoa aprende a apreciar estas coisas. de lá para aqui, foi mais sério. mas lembro-me de 6 de nós carregarmos a cama dali de cima para aqui, na rua, à noite. um grupo de gente com um colchão no ar, tipo procissão, a minha santa é a minha cama, isso sem dúvida. e depois o estrado da cama nem passava pelas escadas, teve de ir pela casa de baixo e erguido até ali, a jussara em cima do telheiro do ginário improvisado do meu vizinho a passar a coisa ao bruno e eu a ver, eu é mais ver.

porra, tenho tanto medo desta mudança. credo.

Thursday, August 23, 2007

Ang Lee



Tenho um fraquinho pelos filmes deste senhor desde o tempo do "Comer, beber, homem, mulher". Não que goste de todos os seus filmes, alguns até odeio, mas é daqueles realizadores que gosto de ir acompanhando e cujo o percurso não deixa de me surpreender. Isto significa que este é provavelmente um dos meus poucos realizadores de estimação, o que não deixa de ser estranho :) (estava aqui a tentar teorizar um pouco sobre a razão desta minha simpatia pelo senhor Lee, mas creio que é daquelas afinidades que vêm de longe e que não se explicam)

Este último filme parece interessante.

Coisas do mar


Tenho um fraquinho muito, muito, muito, muito grande por tudo o que tenha a ver ou vá buscar inspiração a conchas, ouriços, fósseis... Talvez tenha algo a ver com as horas intermináveis (literalmente) que passei na minha infância apanhando búzios e conchas e fósseis por todas as praias e arribas por onde passei. Uma verdadeira mania que acabou por me definir o gosto em torno das suas formas orgânicas. Quando era mais jovem gostava sobretudo de colares e anéis feitos com as próprias conchas. Hoje dou por mim muito fascinada com todos os artistas que de inspiram nas suas formas para criar novos objectos (um dia hei de mostrar aqui uns que tenho cá por casa).
Hoje encontrei este simples colar, no site da ETSY (que é um pequeno, aliás grande, baú de tesouros), numa loja chamada Leeloostudio, que é perfeito (apesar da corrente mixuruca) porque me lembra os milhares de búzios que encontrei assim danificados, muito mais bonitos do que se estivessem inteiros. Devo ter algures ainda uma fotos minhas, muito pequenina e moreninha, com "the real thing" pendurada ao pescoço (ai, a infância, a infância....).






















bons dias




Wednesday, August 22, 2007





Uma coisa boa de estar na suiça é que tenho aceso a uma série de programas de culinária na televisão italiana. Um canal em particular passa horas e horas destas receitas "casalinghe" e fáceis de preparar que fazem água na boca. Eu fico como que hipnotizada enquanto os senhores preparam pesto de folhas de aipo, espuma de mortadela, funcho panado com amêndoa, almôndegas de mini lulas, timbalo de bringela ou espetadas de espadarte. Agora no verão, pelo menos, o programa estava assim numa versão best-off em que passavam as melhores receitas que por lá tinham feito (dia dos fritos, das entradas, dos vegetais frios etc...). Acho que seria capaz de ver horas e horas de programas como este, só para ver se o meu cérebro desbloqueia e começo a fazer alguma coisa de criativo (a tese está a dar cabo de mim, nesse sentido).


Bom, algo terá funcionado que quando cheguei resolvi experimentar uma receita louca que tinha visto numa revista: pesto de laranja. Como obviamente não a escrevi tive que inventar um pouquinho, mas o resultado foi até bastante agradável.

põe-se num liquidificador um dente de alho pequenino, uma laranja descascada sem semente ou peles brancas, várias folhas de mangericão e amêndoas descascadas, uma pitada de sal, e um pouco de azeite. Esta é a minha versão, não me lembro se na original tinha queijo parmesão, mas como não gosto muito de queijo decidi que não.

A mistura de amêndoa, laranja e mangericão fica estranhamente boa. A única coisa é que usei um dente de alho grande e ficou a saber demasiado a alho, portanto imagino que a dose seja menor. Como massa usei uns fusili integrais que tinha comprado no Continente, e a conjunção ficou boa... esta massa tem mais sabor e contrastou com o sabor aromático do pesto.

Pronto é isso... A foto não tem nada a ver, é uma flor pequenina que achei lá em bellinzona e que achei muito bonitinha.

a minha sensibilidade musical ficou congelada nas décadas de 60, 70. eu vivo no mundo de hoje mas ponho no repeat o neil young (da altura) e não percebo bem porque é que as pessoas todas não fazem o mesmo. deliro com as mojos e as uncuts deste mundo. ouço as músicas daquela altura e parecem-me novas ainda hoje. e ainda não parei de ouvi-las porque não se gastam, como é possível? e depois é viver em 2007 e aplicar à realidade uma banda sonora "datada" e sacar da combinação um filme improvável que, como é o meu filme, parece-me o mais normal do mundo mas eu sei que não é.

é por isso que eu amo o wes anderson, um mestre na arte da boa banda sonora, entre outras artes, até porque trabalha desde sempre com um outro mestre da música, o mark mothersbaugh, ex-devo. todas as bandas sonoras do wes anderson são perfeitas, todas todas. basta pensar no seu jorge a fazer versões em brasileiro do ziggy stardust. são pensadas ao lado de alguém mais velho que compreende o novo, e revelam essa coisa linda que é basicamente a regeneração genuína.
a pessoa pode perder-se nessa combinação única (a banda sonora do lula e a baleia roça a mesma mestria, mas é produzido pelo wes anderson...), a pessoa quer. pelo menos, esta pessoa.
hoje, uma amiga mandou-me o alone again or, dos love, tema e banda da minha vida, e que integra a banda sonora do primeiro filme do senhor.
a mesma amiga que delira com o realizador e que me enviou o trailer do novo filme dele. passa-se na índia e o trio maravilha de irmãos (owen wilson, jason schwartzman, adrien brody) fazem uma viagem na índia para se descobrirem e revitalizarem a relação fraterna. o filme chama-se the darjeeling limited. só pelo título e por esta fotografia, o rapaz merece tudo.
ele cria microcosmos muito específicos mas com referentes familiares, fá-los chegar a um ponto nada provável, mas sempre muito confortável e mágico. a banda sonora deste filme é feita a partir das bandas sonoras do gandhi e dos filmes do james ivory.
eu não vi o filme, mas já sou fã. esperemos que não caia de muito alto.

notinha: o joão lisboa diz, a propósito do richard thomspon e do randy newman:
Ser um clássico é assim. Mesmo que, no caso, não se trate de dois clássicos cujos nomes andem propriamente na ponta da língua de toda a gente. O que é ainda uma outra forma de ser clássico, se quiserem, um clássico dos "selected few". Richard Thompson e Randy Newman pertencem indiscutivelmente a essa categoria, a qual lhes autoriza a possibilidade de — quando estão para aí virados, é outro luxo de poucos — gravarem discos que, sem exibirem a ambição de descobrir a roda pela segunda vez, se podem gabar de não descenderem de mais nada nem de mais ninguém que não seja a obra dos seus próprios autores. E que nos obriga a não os comparamos senão com eles mesmos ou com os seus pares da mesma estatura.
talvez seja um esticanço, mas o wes anderson está muito próximo disso. o campeonato é outro, ele tem de crescer, é a coisa de querer fazer a roda. mas ele está próximo.

Tuesday, August 21, 2007

Borboletas (2)...



Gosto muito desta imagem (que já foi o meu desktop).
As malvadas das borboletas são lindas mas aparecem sem ser convidadas e deixam-nos um pouco à nora...


























não estão no estômago mas quando partem fica tudo leve, como tem de ser.

para a minha irmã catarina

Monday, August 20, 2007

A lista

Algum tempo para desperdiçar, algum dinheiro na mão e vontade de ter coisinhas bonitas e possivelmente inúteis?

Aqui fica a "bloggers' guide to online shopping: part one" do site Design Sponge.

Muito delicioso, pena que eu não tenha nem dinheiro, nem tempo, só muita vontade inútil.

As montanhas

Na Suiça o horizonte é sempre um pouco verde e para onde quer que nos viremos elas sempre lá estão, as montanhas...


Fora da janela da biblioteca...


Por de trás dos lagos...


E por de trás de outras montanhas, lá em cima nas montanhas...

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