Sunday, March 11, 2012

sapalinho, não fiques triste. tenho um bebé na barriga, estou entre trabalhos, há alguma roupa para dobrar, muito que arrumar e às vezes na cabeça perco a noção do que interessa no momento.

Sunday, February 19, 2012

Eternal Flame



Às quintas-feiras, por voltas das 10h da noite (mais coisa, menos coisa), poderão encontrar-me a cantar com sentimento esta musiquinha algures perto da secção dos frescos do Continente de Telheiras. Há uns anos acontecia a mesma coisa com o The King Of Rock 'N' Roll dos Prefab Sprout e, já mais recentemente, com o New York City Boy dos Pet shop Boys (aparentemente o Continente não só é regular na musica que coloca, como só muda a banda sonora ao fim de uns meses). Não ouvindo rádio, os meus únicos momentos de nostalgia musical passam-se durante as compras da semana (ou como diz o Afonso sempre que me encontra a cantar num dos corredores, "ninguém gosta tanto de música de supermercado como tu").

Thursday, February 16, 2012

ontem acabei o livro do herzog, o diário de uma caminhada de 500kms, rumo a paris. o que mais me impressiona naquele texto não é o facto de ele não ter desistido depois dos primeiros nevões e chuvadas fortes, até porque a viagem poderia ter sido feita de avião. então, a natureza da viagem é já à herzog. aquilo que de facto me espanta e comove são as impressões que tem da paisagem e do tempo e do lugar dele mesmo ali, ele é um animal, ele é um caminho. é espectacular!!

todos os dias caminho uma hora por uma estrada de onde só se vêem montes e árvores. também fico sentada umas horas valentes à lareira, a olhar para a lenha a transformar-se, hipnotizada. do pátio não se vê muito céu, o que se contrapõe ao horizonte seguro e constante que lá do fundo encerra esta casa e esta terra. mas mesmo assim, o céu que do pátio se vê tem tantas mas tantas estrelas.

adorava ser pró-activa, é que adorava mesmo.

Wednesday, February 8, 2012

quanta riqueza...

domingo os sobrinhos fizeram oito anos (oito!); ontem a sobrinha foi operada e passou por tudo com muita elegância e força (nunca chorou e quis ir vestida de super-homem para o hospital e para a sala de operações!); amanhã termino a minha passagem por aqui - fartei-me de aprender sobre mim, sobre a humanidade (juro!) e de pensar sobre a vida, a minha e a dos outros; e na sexta a minha prima do coração vai por seis meses para são paulo, a minha prima que é a minha quarta irmã.

nestes quatro meses, foram três os caminhos que fazia entre a minha casa e o meu trabalho. o pensamento mais constante, o mais básico e o mais fixe, tinha-o ali ao pé da Brasileira, no início da Rua Garrett, como quem desce. vinha de casa, o dia no início, com os armazéns do chiado no horizonte e os prédios dos dois lados a apertar o campo de visão. naquele spot preciso, por cima dos armazéns, vê-se o castelo de s. jorge, e o céu todo em cima dele. não há muitas palavras para explicar aquilo que sentia ao olhar para aquele bocado de céu, por cima de um castelo, visto a partir de um dos lugares mais fixes da cidade. é um ponto de fuga mas que devolve com força a força. é muita bom.

sexta de manhã vou mandar-me para a piscina assim como quem se manda para um mar.

Friday, February 3, 2012

é bom quando se sente nostalgia por filmes de nostalgia, mas a cena final do regresso ao futuro é tão louca que rebenta com tudo isso. vem depois do zigue-zague e consegue mesmo fazer-me sentir que só agora é que a aventura vai começar.

e como será um sítio sem estradas?

Tuesday, January 31, 2012

alterações bruscas são violentas, mesmo quando efectivamente não se sinta, apenas pressinta, a força dessa violência toda.

há graus para tudo.
é preciso agarrar com toda a força o momento em que se plana na vida, em que se bóia ou se está recostado ao sol, sob um chão bom.


Monday, January 16, 2012

escrevi há 4 dias, sem fechar:


finalmente acalmei.

(dois dias antes da passagem do ano, fiquei a saber que o "recurso" que interpus na fct tinha resultado e que iria ser contemplada com uma bolsa por 3 anos, a ganhar o suficiente para poupar e ter uma vida boa em tempo de crise.)
(...)
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escrevi há 2 dias, sem conseguir mesmo fechar:

não acontece muito ficar sem palavras com coisas boas. é um mini teatrinho interior que geralmente descamba em lágrimas, e hoje quando a sónia me deu o livrão sobre um fotógrafo de eleição dela na salinha do fábulas lá procedi eu à minha tão íntima performance encalorada e desatei a chorar, e a pedir que se calasse por favor. a sónia é alguém que invoca baleeiras quando eu preciso de ouvir força, filipa! e saio destas coisas a sentir-me aquela senhora que no música(...)

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escrevi há minutos, no último dia desta semana:

não há semanas iguais, não há meses iguais.
nunca esquecer, filipa. nunca esquecer.
o turbilhão está por dentro ou por fora?
se assim não fosse que sentido faria?
ontem senti falta da chuva, eu que estou dentro de uma onda.


Thursday, January 12, 2012

o bob dylan abre aquela música maravilhosa a dizer não é mesmo coisas da noite/pregar-nos partidas quando tentamos estar tão quietos?. eu amo esta música mas no fundo eu detesto-a, ou detesto os versos da abertura que fixam o tom angustiante e solitário do resto da canção porque a angústia e a solidão dão-me calafrios, são tudo o que eu não quero, sobretudo de noite que é quando estou a tentar estar tão quietinha.

quando li há uns dias o herzog a dizer qualquer coisa como a andar, sou um bisonte. a dormir, uma montanha, sorri, fiquei mesmo contente, e nem foi por a minha auto-imagem ir desde sempre ao encontro de vultos e espaços grandes. ele caminhava com pressa e sentia tudo, via tudo. eu às vezes penso como ele no sentido em que registo ininterruptamente para dentro o que vejo e o que penso sobre o que vejo, e os pensamentos acumulam-se, aprofundando-se pontualmente. aquele livro do herzog é um road book e eu fico às vezes enjoada ao lê-lo por causa do ritmo.
esponja que sou e tão acelerada que ando, com facilidade adiro.
e aí sou um comboio a perfurar os espaços, a deixar as coisas para trás, a penetrar com violência em florestas novas.
só que à noite a floresta assusta, ela desinquieta - tal como a noite que o bob refere.
eu dou por mim a trazer para o dia aquilo que a noite me fez. fico toda desarrumada, encaracolada.

não é uma queixa, é um desabafo. não tem conclusão, dilui-se na tinta.

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