Friday, October 24, 2008

estou a chegar ao meio da viagem e, como já me disseram, a partir do meio começa o caminho para fora.
desta vez, é tudo mais sério, mais real.
há dois anos, foi brutal mas sempre envolvida por aquela película que me prendia ainda mais a mim mesma, aos meus atrofios. foi duro mas tão bonito, estava a descobrir as coisas por mim, como reagia, o que realmente importava e importa, um crescimento tardio à força.
agora, mais segura e definida e em realização, a paisagem é diferente. não a paisagem geográfica, que é bonita e viva - os taxis amarelos e o chrysler building para mim são tão bonitos e fazem tanto sentido, tranquilizam-me, apetece ficar a olhar, contemplação também. estou a pensar mais na paisagem real da minha vida portuguesa. da movimentação das minhas pessoas que vivem coisas tão importantes. a fifi é mãe há um ano, a babs anda muito muito cansadinha, o marquinho em tratamento, a xaninha a recuperar do susto, a pat vai defender a tese de mestrado, a lia trabalha imenso, é uma super-mãe e consegue estar lá para mim, a martinha sista a dar um outro rumo tão lindo à vida, a leote a atacar a vida como os leões, a juss casada e tão tão ocupada, o fitz a casar-se, o oscarzinho, que guarda o forte onde moro, sinto-lhe a falta todos os dias, a susana vai saltar para fora e só faz é bem (mas n consigo pensar nisso sem ter lágrimas nos olhos), todos todos têm a vida mudada desde que saí. mas todos. só não falo de mais gente pq é chato.
e eu aqui, a viver e a compôr a minha própria geografia. não me consigo sentir longe de ninguém e ainda bem. mas acho que nunca tinha vivido nada assim, com tanta movimentação tactónica adulta. a adolescência ficou realmente para trás.

Tuesday, October 21, 2008

Casas bonitas

Ultimamente no meu netnewswire tenho imensos blogs de decoração... Já passei pela fase craft, pela fase blogs culinários... agora gosto de blogs que mostram fotografias de casas bonitas :) Sobretudo fotografias que eu posso copiar. Depois com a ajudada deste programinho guardo-as e classifico-as e fico com uma colecção muito fixe de casas para me inspirar quando precisar ou me apetecer.

Anyway este são alguns dos sites que gosto mais...

http://desiretoinspire.blogspot.com/

http://www.style-files.com/
http://madebygirl.blogspot.com/

E aqui... um site que descobri hoje, que não é um blog, é um site comercial que vende reportagens... mas que tem fotos de casas lindas lindas de morrer, daquelas que nunca iremos ter, casas de arquitectos, mas muitas muito bem decoradas ;). Uma perdição.



(Nota-se que ando a sonhar com uma vitrine ou louceiro aqui para casa ;)

Monday, October 20, 2008

estou fora do meu país, a trabalhar bastante, a namorar e a sair, a pensar nos meus, a sentir-me fora mas já um bocadinho mais dentro. um movimento contínuo, fluido que me implica toda.
mas uma questão que me acompanha desde que cá cheguei, para além de tudo o mais, que é transversal e importante, que todos os dias está lá, que de algum modo me atrofia porque me constrange e limita é as calças de cintura descaída. a merda das calças de ganga que resolvi trazer e que o meu paizinho me ofereceu numa tarde em lille, comigo histérica na loja da gap mais próxima de bruxelas. ele todo querido e eu fascinada. trouxe-as, são giras, escuras, fico fixe eu acho, muito cools. na primeira semana um calor do caraças, nem era bem uma questão, nem me lembro como foi, mas n sofri com isso, devia usar outra coisa. chegou o frescote e eu, que me tornei friorenta há uns tempos, comecei a usá-las todos, todos os dias. primeiro com chinelos, depois sandálias e há quase um mês as botas da quechua que arranjei para subir o pico do pico, o que não chegou a acontecer. na biblioteca se preciso de pôr a bateria do computer a carregar, em casa se me calço ou descalço, na rua se me baixo por qualquer motivo, seja lá onde for, o raio das calças descobrem-me, fico descobrida, I mean. uma merda sem importância nenhuma mas em que penso todos os dias, mas todos os dias. a par com a cidade no cinema, o pós-modernismo e o pós-industrialismo, o flâneur e o narrador no cinema, uma catrefada de coisas que existem muito para lá das minhas calças, ando meia obcecada com a cintura, que é como quem diz o meu umbigo. é só um desabafo.

Sunday, October 19, 2008

são 7 da noite de domingo e, pela primeira vez desde que cheguei, escrevo de casa. a pimenta descobriu um spot aqui, o triângulo das bermudas da net, mas ao contrário. a pimenta é uma amiga que cá veio passar o fim-de-semana, foi óptimo. ontem trabalhou-se durante o dia mas a noite rendeu, vimos um concerto num bar na bleeker de 11 bandas de baltimore. o espaço do bar é grande mas n tanto. as bandas espalhadas pelos cantos da grande sala e a malta ia se mexendo para vê-las todas. cada banda tocava um tema de cada vez e houve músicas fixes, que puxavam mesmo. foi louco. a cena é q fomos à segunda noite deste baltimore round qualquer coisa. a primeira era folk, apanhámos a noite da electrónica. eu sou mais folk que electrónica. mas foi bom ver toda a gente a saltar, mini-moshs e aqueles crescendos loucos que a electrónica às vezes consegue esgalhar bem. hoje tudo mais calminho. toca o townes van zandt (folk, there you go), o jp dorme, tenho de preparar uma reunião p amanhã com um professor, espero que me ajude. almoçámos colesterol mau num diner e passeámos em times square, que tem muita mas muita pinta. o frio chegou com força, céu super azul, luz branca, filipa de casacão invernoso e óculos escuros. foi um dia calminho e bom. daqueles que ainda não tinha havido desde que cheguei.
e amanhã recomeça: filmes para ver, artigos para ler, capítulos para estruturar, escrita para começar. custa sempre descolar.

Tuesday, October 14, 2008

o sol está a pôr-se algures para oeste e nem há muitas nuvens no céu, mas as que lá estão apanham ainda alguma luz que, batendo nelas, torna-as pink, que é a minha côr. portanto, há nuvens espraiadas, se espraiadas se disser, com um ar light quase-feliz. as luzes dos prédios já se vão acendendo, o empire state building já acendeu algumas. escrevo assim p quando cá não estiver saber exactamente o que via, o que equivale a dizer, no meu caso, tentar exprimir o que sinto ao ver o que vejo. as árvores de washigton square park estão quase todas verdes, mas há já pontas amarelas e uma árvore, uma inteirinha, já vermelha. não levei a máquina lá abaixo quando fomos comprar o lanche e, por isso, está guardadinha na memória a imagem da primeira árvore vermelha deste ano.
hoje almoçámos num restaurante etíope de que eu já gostava muito. o jp é companheirão nestas coisas também, é muita fixe. sem talheres, panquecas finíssimas e boas com um best of de molhos vegetarianos por cima + um bocadinho de borrego que ele pediu. de cada vez que me delicio com a comezaina penso no mec e no em portugal não se come mal, o último livro dele. li só 2 páginas e diz que os portugueses só falam de doenças e de comida. aquele gordo deve saber. tenho me sentido muito portuguesa nos últimos dias. e por isso sabe-me muito bem perceber que o céu está pink e a árvore vermelha e sentir um imenso prazer com a comida de um país de que eu não sei nada e que só posso provar porque estou aqui e pensar que a vida é feita das nossas pessoas e a arte é saber passear por entre elas ao nível das árvores verdes amarelas ou vermelhas e debaixo do céu azul branco cinzento ou, com sorte, PINK.

Monday, October 13, 2008

tive uma gripe que me deixou em casa uns diazinhos. sou friorenta e o passeio no central park apanhou o cair da tarde e estávamos lá no meio do meio e o frio chegou, com a humidade toda. mas mini-gostei da sensação. esse sábado foi bom, though. fomos finalmente ver o padrinho II e antes comemos num noodle place um sopinha bem boa, tão picante que me aqueceu assim bué. pensei num jantar na casa da sandy com a leote em que o ricardo entrou connosco num despique do picante. é viciante, foi muita bom. mas no cinema estava já meia fora, espirros, cházinho sempre a bombar. salto para a sexta, dia que já foi vivido totalmente na rua. e que incluiu uma ida ao new york film festival para ver o senhor martin scorcese apresentar um filme com a ava gardner e com o jamens mason, o pandora an the flying dutchman saidinho de um restauro impressionante. há muitas mulhers lindas nos movies, mas a ava gardner sempre esteve num patamar assim só dela e no topo maior, nem sei bem explicar porquê. as outras bombocas são lindas mas sei pq gosto delas, reconheço forças e fragilidades, conheço alguma coisa delas que se topam mesmo pelo modo como representam. a gardner não, é assim uma rocha linda de morrer, que parece sempre poderosa e que esconde tão bem o que lá vai por dentro. portanto, ver o scorcese a apresentar uma cena com a ava gardner é um sonho.
é que quase que fotografei o ecran...

Sunday, October 5, 2008

Rock In Ria



O Algarve tem destas coisas... Fomos para lá para aproveitar o fim de semana, trabalhar um pouquinho, ver a vista e tocar um pouco de guitarra sem ter medo de incomodar os vizinhos.

Acabámos por fazer dois dias de praia, com direito a banhos, imperiais na esplanada, conquilhas ao jantar, flamingos na ria... e este pôr-do-sol...






Friday, October 3, 2008

também aqui arrefeceu.
hoje o dia amanhaceu com o céu cinzento e dentro da caminha a temperatura era perfeita. sempre tive uma relação muito afectiva com a cama, com todas, aliás. hoje foi um daqueles dias em que fiz as coisas porque tinha de as fazer, ainda não tinha acontecido. passa-se o dia na mesma sala. o ar está pesado. sei também que o frio chegou porque de repente a temperatura dos sítios fechados inverteu e estou a suar, quando sei que daqui a alguns minutos, quando sair, vou sentir as pernas arrepiadas, o que não é muito fixe.
mas o tempo está errático, diz o jp. o céu agora está limpo limpo e daqui vejo o empire state building com luzes azuis e a antena da torre iluminada de branco. os flashes dos turistas vêem-se daqui, de um sofá num cantinho de uma sala 30 ruas abaixo do grande building. mas à tarde o céu pesava.
a esperança é que permaneça assim para finalmente, ao fim de duas semanas, poder ir ao park e perder-me lá dentro. sábado é o dia das panquecas, eheheh. quando era pequena, as manhãs eram boas, é a memória que tenho. lembro-me de estar com a catarina a ver desenhos animados, ou a saltar na cama dos meus pais. há fotografias dos quatro filhos na cama dos meus pais, uma salganhada linda. na verdade, não me lembro de muito, mas tenho umas pinceladas bem presentes de momentos alegres e felizes.
comecei a nadar esta semana, gostei tanto de voltar àquela piscina, mas tinha-me esquecido de como era um gelo lá dentro, nunca suo. penso na piscina da cidade universitária, que tanto me ajuda. o centro desportivo da universitade fica em union square, um graaande espaço, com um jardim que poderia ser fixe se não estivesse em obras há uns anos. há uma feira simpática semanal, onde se podem comprar legumes e fruta biológica. mas aqui biológico não quer dizer que saiba melhor. sou portuguesa e tenho a fasquia alta no que respeita o sabor dos produtos da terra. (é cultural?) o centro desportivo, dizia, é um prédio grande, que integra também dormitários e centros de estudos. na sub-cave fica a piscina, o ginásio, as máquinas e os campos de treino. tudo numa sub-cave, mas em nada nada sombria. há uma loja que vende equipamento, sempre a dizer NYU, e tem um pequeno lounge onde se pode comer e beber e ver a cnn. isto é que é infra-estrutura.
sinto o frio. tenho de recomeçar a escrita.

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