estou a fazer uma tese sobre filmes que se passem on the road, na américa. simpatizo tanto com músicas de essência blue que dão voz àqueles que andam por aí, à procura de um fio condutor dentro de si mesmos. sem dramas e assim. a pessoa passa sempre por momentos destes e parece-me que a minha geração está muito no mesmo barco à conta de não ter o norte tão claro - o que não tem de ser mau, dá pinta e surgem soluções mais criativas e ricas, muita vez. eu adoro deixar-me enrolar na rebentação da onda forte mas não dramática. é a vertigem.
as músicas filmes livros que dão voz à malta como a malta, que está um pouco "por aí" são o contrário de estar na rebentação das ondas, são bom porto.
um porto a que recorro há uns anos é do Cartola, chama-se "Preciso me encontrar" e a Marisa Monte não canta nada mal. É o poema seguinte, com cavaquinho, pandeiro, violão e um swing jeitoso que traz a melancolia das palavras cá mais para cima e a pessoa só pode abanar-se, entender e deixá-lo ir. É mesmo bonita.
Preciso me encontrar
Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir, preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar
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