Monday, March 30, 2009

da fifi:

Foi nos primeiros dias de faculdade que conheci a Jussara. Não recordo exactamente quem meteu conversa primeiro, apenas guardo a imagem de nós duas a conversar num corredor, à porta de um dos auditórios do ISCTE, com os outros colegas. Os pormenores da conversa escapam à minha fugaz memória, mas recordo que fui para casa nesse dia com a sensação de que havia pelo menos uma miúda porreira na minha turma. Se os anos de faculdade foram tão interessantes (não necessariamente em termos académicos, mas adiante), muito disso eu devo à Ju. Ela era e é a miúda inteligente, criativa, de espírito aberto, culturalmente ‘antenada’, com um sentido estético apuradíssimo, viajada e cosmopolita. Para além de que o raio da miúda é linda de morrer, alta, magra, cabelo lindo, olhos lindos, mãos lindas, uma elegância só!

Num mini flash back (como nos Normais) dos últimos catorze anos da minha vida (uau, C-A-T-O-R-Z-E Ju!!!!) a Ju está sempre lá, nos melhores momentos, nos mais divertidos, sempre companheira, atenciosa, generosa e disponível como só ela, uma amiga brutal, daquelas a quem se pede conselhos sobre roupa e rapazes, que empresta dinheiro quando estamos enrascados, que nos dá a chave da casa do Algarve. Fizemos incontáveis programas juntas, viagens, incluindo um ano de Erasmus em Paris, e, regra geral, era ela que arrastava o meu rabo preguiçoso do sofá, sempre com mil ideias de coisas para fazermos juntas. Nestes anos todos tantas coisas mudaram, namorados, casamentos, maridos, filhos, divórcios, doenças, empregos, pessoas que perdemos. Crescemos, passámos por momentos difíceis, mas continuamos juntas. Não sei se terei sido sempre a melhor das amigas, distraída e preguiçosa como sou, mas sei que ela sempre foi das melhores, sempre esteve presente. A Ju, e uma mão cheia de outras meninas especiais, fazem parte do meu património afectivo, no fundo fazem parte da minha história. São elas as irmãs que não tenho e a quem desejo que a minha filha chame de tias.

E porque de imagens, sons e cheiros se faz a minha memória, à Ju eu associo uma paisagem tropical, cheia de cor, com muito sol e mar e a banda sonora de uma bossa nova. Ou seja, tudo de bom e uma miúda que adoro de paixão, a quem desejo que as vicissitudes da vida não façam mossa, e de quem espero ter o privilégio de ser amiga por muito mais anos do que estes que já passaram. Muitos parabéns, amiga, e vamos mas é celebrar isto com muita caipirinha!!!!

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