Thursday, August 30, 2007

No Country for Old Man



Irmão Coen + Javier Bardem + o actor que fazia de irmão mais velho nos Goonies

Muito Bom...

Wednesday, August 29, 2007

e se eu nunca conseguir deixar de me passar com o big picture das coisas?
é que já vou para os 30...

a casa nova tem um corredor comprido e um pé direito alto. as portas são brancas com maçanetas douradas (dispensável). o chão é de soalho flutuante e é desnivelado, porque a casa é velhinha mas está remodelada. a cozinha e a sala dão para um terraço fixe, cercado por outros terraços por todos os outros lados. faz lembrar as traseiras daqueles quarteirões ingleses, em cidades feias e escuras e húmidas. as traseiras a dar umas para as outras, tudo delimitadíssimo e, dentro de cada bocado de terra, o caos total. o nosso terraço ainda não tem nada, há-de ficar giro. de qualquer maneira, não está desabitado. os aristogatos andam por lá e entram e saiem de todos os terraço como se dominassem a cena. eu, perante gatos, costumo ser perdedora. vamos ter de ser amigos. mas, dizia, os terraços são todos muito diferentes e dá-me ideia de que vou ter a minha muito própria janela indiscreta, que sou dada à observação do alheio.
é um glamour muito próprio, o da morais soares. um amigo dizia noutro que tinha bom potencial literário, ou qualquer coisa do género. eu apontaria mais, por causa do andamento, do som e da luz, para qualquer coisa de muito cinematográfico e de muito lisboeta.

o rio está mais longe mas continua perto.

Monday, August 27, 2007

Livraria Cultura

Curta Cultura




(A Fnac bem que podia lançar uma iniciativa desta, em vez de não me devolver o dinheiro da minha encomenda on-line cancelada ou de me vender impressoras não compatíveis com o meu computador.)

o stress começa a tender para menos infinito.
esta imagem tem cores tão lindas mas os tons são não-verão.
mas a pessoa em mudanças tem um ar tão bonito e tranquilo.
penso no primeiro mergulho no mar, já na outra casa.
e vou apontar para aquela expressão nos próximos dias.

Friday, August 24, 2007

Ah, se eu fosse uma menina rica...



... era aqui que ficava, na minha viagem a Barcelona :)












No Hotel Casa Camper...

talvez andar às voltas com o cohen, ao acordar, não seja a coisa mais inteligente para se fazer.

quando nos mudámos de queluz para lisboa (a minha família nuclear), eu e a catarina fomos airosamente acampar ou assim com os babes da altura. quando chegámos ao bairro de s. miguel, já tudo tinha aterrado, um privilégio gigante. quando fui morar com a marta para a bica, combinei com os amigos que me ajudavam e eu oferecia um almoço ali, no dantas, e a coisa fez-se assim, foram lindos e como é que não haveria de ser uma pessoa de pessoas? da bica para a rua da cornucópia, foi mais normal. a sandrine juntou-se e foi uma festa, para mim foi uma festa, houve homens de mudanças e tudo. até porque a casa tinha estores, um up-grade magnífico, uma pessoa aprende a apreciar estas coisas. de lá para aqui, foi mais sério. mas lembro-me de 6 de nós carregarmos a cama dali de cima para aqui, na rua, à noite. um grupo de gente com um colchão no ar, tipo procissão, a minha santa é a minha cama, isso sem dúvida. e depois o estrado da cama nem passava pelas escadas, teve de ir pela casa de baixo e erguido até ali, a jussara em cima do telheiro do ginário improvisado do meu vizinho a passar a coisa ao bruno e eu a ver, eu é mais ver.

porra, tenho tanto medo desta mudança. credo.

Thursday, August 23, 2007

Ang Lee



Tenho um fraquinho pelos filmes deste senhor desde o tempo do "Comer, beber, homem, mulher". Não que goste de todos os seus filmes, alguns até odeio, mas é daqueles realizadores que gosto de ir acompanhando e cujo o percurso não deixa de me surpreender. Isto significa que este é provavelmente um dos meus poucos realizadores de estimação, o que não deixa de ser estranho :) (estava aqui a tentar teorizar um pouco sobre a razão desta minha simpatia pelo senhor Lee, mas creio que é daquelas afinidades que vêm de longe e que não se explicam)

Este último filme parece interessante.

Coisas do mar


Tenho um fraquinho muito, muito, muito, muito grande por tudo o que tenha a ver ou vá buscar inspiração a conchas, ouriços, fósseis... Talvez tenha algo a ver com as horas intermináveis (literalmente) que passei na minha infância apanhando búzios e conchas e fósseis por todas as praias e arribas por onde passei. Uma verdadeira mania que acabou por me definir o gosto em torno das suas formas orgânicas. Quando era mais jovem gostava sobretudo de colares e anéis feitos com as próprias conchas. Hoje dou por mim muito fascinada com todos os artistas que de inspiram nas suas formas para criar novos objectos (um dia hei de mostrar aqui uns que tenho cá por casa).
Hoje encontrei este simples colar, no site da ETSY (que é um pequeno, aliás grande, baú de tesouros), numa loja chamada Leeloostudio, que é perfeito (apesar da corrente mixuruca) porque me lembra os milhares de búzios que encontrei assim danificados, muito mais bonitos do que se estivessem inteiros. Devo ter algures ainda uma fotos minhas, muito pequenina e moreninha, com "the real thing" pendurada ao pescoço (ai, a infância, a infância....).






















bons dias




Wednesday, August 22, 2007





Uma coisa boa de estar na suiça é que tenho aceso a uma série de programas de culinária na televisão italiana. Um canal em particular passa horas e horas destas receitas "casalinghe" e fáceis de preparar que fazem água na boca. Eu fico como que hipnotizada enquanto os senhores preparam pesto de folhas de aipo, espuma de mortadela, funcho panado com amêndoa, almôndegas de mini lulas, timbalo de bringela ou espetadas de espadarte. Agora no verão, pelo menos, o programa estava assim numa versão best-off em que passavam as melhores receitas que por lá tinham feito (dia dos fritos, das entradas, dos vegetais frios etc...). Acho que seria capaz de ver horas e horas de programas como este, só para ver se o meu cérebro desbloqueia e começo a fazer alguma coisa de criativo (a tese está a dar cabo de mim, nesse sentido).


Bom, algo terá funcionado que quando cheguei resolvi experimentar uma receita louca que tinha visto numa revista: pesto de laranja. Como obviamente não a escrevi tive que inventar um pouquinho, mas o resultado foi até bastante agradável.

põe-se num liquidificador um dente de alho pequenino, uma laranja descascada sem semente ou peles brancas, várias folhas de mangericão e amêndoas descascadas, uma pitada de sal, e um pouco de azeite. Esta é a minha versão, não me lembro se na original tinha queijo parmesão, mas como não gosto muito de queijo decidi que não.

A mistura de amêndoa, laranja e mangericão fica estranhamente boa. A única coisa é que usei um dente de alho grande e ficou a saber demasiado a alho, portanto imagino que a dose seja menor. Como massa usei uns fusili integrais que tinha comprado no Continente, e a conjunção ficou boa... esta massa tem mais sabor e contrastou com o sabor aromático do pesto.

Pronto é isso... A foto não tem nada a ver, é uma flor pequenina que achei lá em bellinzona e que achei muito bonitinha.

a minha sensibilidade musical ficou congelada nas décadas de 60, 70. eu vivo no mundo de hoje mas ponho no repeat o neil young (da altura) e não percebo bem porque é que as pessoas todas não fazem o mesmo. deliro com as mojos e as uncuts deste mundo. ouço as músicas daquela altura e parecem-me novas ainda hoje. e ainda não parei de ouvi-las porque não se gastam, como é possível? e depois é viver em 2007 e aplicar à realidade uma banda sonora "datada" e sacar da combinação um filme improvável que, como é o meu filme, parece-me o mais normal do mundo mas eu sei que não é.

é por isso que eu amo o wes anderson, um mestre na arte da boa banda sonora, entre outras artes, até porque trabalha desde sempre com um outro mestre da música, o mark mothersbaugh, ex-devo. todas as bandas sonoras do wes anderson são perfeitas, todas todas. basta pensar no seu jorge a fazer versões em brasileiro do ziggy stardust. são pensadas ao lado de alguém mais velho que compreende o novo, e revelam essa coisa linda que é basicamente a regeneração genuína.
a pessoa pode perder-se nessa combinação única (a banda sonora do lula e a baleia roça a mesma mestria, mas é produzido pelo wes anderson...), a pessoa quer. pelo menos, esta pessoa.
hoje, uma amiga mandou-me o alone again or, dos love, tema e banda da minha vida, e que integra a banda sonora do primeiro filme do senhor.
a mesma amiga que delira com o realizador e que me enviou o trailer do novo filme dele. passa-se na índia e o trio maravilha de irmãos (owen wilson, jason schwartzman, adrien brody) fazem uma viagem na índia para se descobrirem e revitalizarem a relação fraterna. o filme chama-se the darjeeling limited. só pelo título e por esta fotografia, o rapaz merece tudo.
ele cria microcosmos muito específicos mas com referentes familiares, fá-los chegar a um ponto nada provável, mas sempre muito confortável e mágico. a banda sonora deste filme é feita a partir das bandas sonoras do gandhi e dos filmes do james ivory.
eu não vi o filme, mas já sou fã. esperemos que não caia de muito alto.

notinha: o joão lisboa diz, a propósito do richard thomspon e do randy newman:
Ser um clássico é assim. Mesmo que, no caso, não se trate de dois clássicos cujos nomes andem propriamente na ponta da língua de toda a gente. O que é ainda uma outra forma de ser clássico, se quiserem, um clássico dos "selected few". Richard Thompson e Randy Newman pertencem indiscutivelmente a essa categoria, a qual lhes autoriza a possibilidade de — quando estão para aí virados, é outro luxo de poucos — gravarem discos que, sem exibirem a ambição de descobrir a roda pela segunda vez, se podem gabar de não descenderem de mais nada nem de mais ninguém que não seja a obra dos seus próprios autores. E que nos obriga a não os comparamos senão com eles mesmos ou com os seus pares da mesma estatura.
talvez seja um esticanço, mas o wes anderson está muito próximo disso. o campeonato é outro, ele tem de crescer, é a coisa de querer fazer a roda. mas ele está próximo.

Tuesday, August 21, 2007

Borboletas (2)...



Gosto muito desta imagem (que já foi o meu desktop).
As malvadas das borboletas são lindas mas aparecem sem ser convidadas e deixam-nos um pouco à nora...


























não estão no estômago mas quando partem fica tudo leve, como tem de ser.

para a minha irmã catarina

Monday, August 20, 2007

A lista

Algum tempo para desperdiçar, algum dinheiro na mão e vontade de ter coisinhas bonitas e possivelmente inúteis?

Aqui fica a "bloggers' guide to online shopping: part one" do site Design Sponge.

Muito delicioso, pena que eu não tenha nem dinheiro, nem tempo, só muita vontade inútil.

As montanhas

Na Suiça o horizonte é sempre um pouco verde e para onde quer que nos viremos elas sempre lá estão, as montanhas...


Fora da janela da biblioteca...


Por de trás dos lagos...


E por de trás de outras montanhas, lá em cima nas montanhas...

eu vou mudar de casa. vou viver com dois amigos do peito. estou a pensar sobretudo nas músicas. vão levar com o dylan, os beatles, todo o meu universo mais velho que eu e todo vivo em mim. ela gosta de áfrica e do brasil, ouvimos a mesma música. ele é reggea, cool, cheio de vida. temos todos sensibilidades particulares, assim muito. conhecêmo-nos há 14 anos. estivemos mais do que a par das vidas uns dos outros e somos amigos naquelas horas chatas e também nas muito muito boas. os meus amigos sabem bem quem eles são, é consequência do tempo. é uma aventura que começa, a três. novas conjugações domésticas em tempos mais dados à força destas relações do que das outras - pelos menos no que toca a nós três. mas isso também muda, são marés. e depois há as festas, serão muitas e boas. até porque a casa tem zona chill-out, onde as plantas e as cervejas conviverão em harmonia e paz como tem de ser.

Friday, August 17, 2007

Anyone who believes exponential growth can go on forever in a finite world is either a madman or an economist

Kenneth Boulding

(Isto só deve fazer sentido para mim, mas gosto mesmo muito desta frase - as teses fazem destas coisas...)

Thursday, August 16, 2007

às vezes no meio de verão fico com saudades das tardes de inverno, frias e cinzentas, daquelas com as mantas e os cházinhos e os filmes ranhosos na tv e os encontros dos amigos que são mais família do que outra coisa. é ter saudades do domingo. e logo eu, que deprimo todo o domingo, combato-o com todas as minhas forças. resolvo a questão canalisando essa saudade da tarde invernosa melancólica, por vezes terrível, para um sítio específico, a casa da minha família, lá na aldeia. aí, o problema resolve-se com uma viagem de 2 horas e tal, uma ou dois noites lá em cima e o regresso apetece.
é o efeito da ventania de hoje em lisboa.
mas tomorrow is another day e quero mergulhar à bruta no mar e expulsar estes mini-delírios desinteressantes de final de dia com o movimento do meu corpo a furar a água, assim como o peixe que sou.

Tuesday, August 14, 2007













o verão facilita tudo, não há nada melhor do que um mergulho.
eu adoro tanto as minhas irmãs e o meu irmão, e os meus amigos, com todas, todas as forças que tenho. e agora sinto as forças todas em movimento e a trabalharam para o mesmo fim.
o woody allen tem num filme menos bem cotado, mas óptimo, uma personagem out of focus, literalmente desfocada. está na merda, não se define e, claro, isso reflecte-se. (o woody allen é o maior.) eu estou a encontrar o foco, a reconhecer os meus contornos.
a ana mostrou-me que:
For whatever we lose (like a you or a me)
it's always ourselves we find in the sea.
dois versos maravilhosos do cummings.

vai custando, mas ao fim de um porradão de tempo começo a ficar optimista. nada mau, meu.

Monday, August 13, 2007

No Sábado, a 2000 metros de altura...













Sunday, August 12, 2007

tenho duas irmãs e um irmão.
a catarina escreve aqui: xocolecosdamama.blogspot.com
a mariana aqui: purdidas.blogspot.com
o nuno não tá nem aí.
os blogs das três irmãs são evidentemente muito distintos. (uma tem três filhos brutais e a outra uma vida também muito aberta mas para um futuro ainda a desenhar. e eu... pronto, nem se fala, sou mais pó freak.) cada vida serve o seu próprio texto. eu e as minhas irmãs somos mesmo muito diferentes mas há um core partilhado, a essência é a mesma, acho mesmo. é genuinamente bom reconhecer nas palavras delas o que vejo bem nas minhas. isto dos blogs veio prolongar esse prazer familiar, sem peso adicional.

há uma música do springsteen (um amor meu) que se chama highway patrolman, está no nebraska. é a música mais linda do mundo, fala de irmãos. a pessoa benze-se por poder ouvir músicas assim, apetece agradecer por ser possível. (é bíblica, é a história do homem comum, é muito johnny cash.) no mesmo campeonato, lembro-me também do straight story do lynch, o reencontro dos irmãos.
quem os tiver, e tiver também uma alma rançosa e sentimentalona como a minha, que se entregue à música do boss e à viagem zen do bonito e velho straight. as vidas também se salvam assim.

Saturday, August 11, 2007

o texto postado em baixo é um mini conto do raduan nassar, texto esse com que eu deliro há largos anos. o prazer indulgent que tanto me preenche está muito nesse texto, que é simples, delicado, directo (são ordens mas do que conselhos) mas tudo muito necessário e essencial. no tomara que caia, já o havia postado. reli-o por acaso agora nas férias e, quando penso em prazeres redondos e cheios sacados na vida dos homens, ele surge sempre. o primeiro post da noite foi feito antes de me lembrar dele. sempre quis imprimi-lo para o guardar na carteira e assim poderia lê-lo quando fosse necessário mas nunca cheguei a fazê-lo.

Aí pelas Três da Tarde

Raduan Nassar
(para José Carlos Abbate)

Nesta sala atulhada de mesas, máquinas e papéis, onde invejáveis escreventes dividiram entre si o bom senso do mundo, aplicando-se em idéias claras apesar do ruído e do mormaço, seguros ao se pronunciarem sobre problemas que afligem o homem moderno (espécie da qual você, milenarmente cansado, talvez se sinta um tanto excluído), largue tudo de repente sob os olhares a sua volta, componha uma cara de louco quieto e perigoso, faça os gestos mais calmos quanto os tais escribas mais severos, dê um largo "ciao" ao trabalho do dia, assim como quem se despede da vida, e surpreenda pouco mais tarde, com sua presença em hora tão insólita, os que estiveram em casa ocupados na limpeza dos armários, que você não sabia antes como era conduzida. Convém não responder aos olhares interrogativos, deixando crescer, por instantes, a intensa expectativa que se instala. Mas não exagere na medida e suba sem demora ao quarto, libertando aí os pés das meias e dos sapatos, tirando a roupa do corpo como se retirasse a importância das coisas, pondo-se enfim em vestes mínimas, quem sabe até em pêlo, mas sem ferir o decoro (o seu decoro, está claro), e aceitando ao mesmo tempo, como boa verdade provisória, toda mudança de comportamento. Feito um banhista incerto, assome em seguida no trampolim do patamar e avance dois passos como se fosse beirar um salto, silenciando de vez, embaixo, o surto abafado dos comentários. Nada de grandes lances. Desça, sem pressa, degrau por degrau, sendo tolerante com o espanto (coitados!) dos pobres familiares, que cobrem a boca com a mão enquanto se comprimem ao pé da escada. Passe por eles calado, circule pela casa toda como se andasse numa praia deserta (mas sempre com a mesma cara de louco ainda não precipitado) e se achegue depois, com cuidado e ternura, junto à rede languidamente envergada entre plantas lá no terraço. Largue-se nela como quem se larga na vida, e vá ao fundo nesse mergulho: cerre as abas da rede sobre os olhos e, com um impulso do pé (já não importa em que apoio), goze a fantasia de se sentir embalado pelo mundo.



sou de uma família grande, tenho três lindos irmãos e uns pais brutais. até aos 2o anos e pouco, dividi o quarto com a minha irmã catarina. desde sempre que tenho bastante amigos, muitos. saí de casa dos meus pais para viver com amigas(s). e depois vivi uns anos casada. sempre habitei os espaços acompanhada, isto é.
há um prazer único, que descobri tarde e à bruta, que é chegar a casa tarde - depois da hora de todos - ligar a tv, acender o mini foco, abrir as portas da varandinha, ligar o computer, fazer um zapping, ver os mails, espreitar uns sites, lavar os dentes, preparar a cama, sentar no sofá lindo, escolher a banhada televisiva que me embalará, esticar as pernas, encontrar a posição perfeita da cabeça entre o braço e as costas do sofá, sentir aos bocadinhos o peso da existência a ser puxado para cima de mim, a subir mesmo, deixar-me ir, olhos pesados, corpo mole, respiração profunda, até amanhã.

é ainda hoje uma bênção poder curtir rituais solitários e não me sentir só. é brutal.

eu adoro dormir e amo o verão.

Thursday, August 9, 2007

O Aniversário

A Ju e o Afonso fazem hoje dois anos de namoro e vão jantar no restaurante onde quase tudo começou há dois Verões a trás. :)

As pessoas às vezes perguntam-me quanto tempo, desses dois anos, passámos efectivamente juntos, como se, numa relação à distância, o tempo contasse menos. Na verdade é o contrário, aguentar dois anos de relação à distância é uma maratona, com os mais variados obstáculos e muitos altos e baixos... e se chegámos aqui, é porque fomos feitos para ir imensamente mais longe...

Monday, August 6, 2007

tudo mais calmo. estive no sitio mais bonito no planeta, finalmente conseguir comecar a ler o livro, as musicas nao tocam tto dentro da minha cabeca, penso em lisboa no fim da semana, congresso correu fixe, os meus amigos sao bons, continuo a curtir tudo mas tudo, agora mais urbana, s. paulo mete-me medo mas pronto, temos conhecido gente linda, o rio de janeiro e a cidade mais linda do mundo, dei um mergulho perfeito, respiro fundo, fecho os olhos.

O aperitivo


Aqui nestas terras suiças italianas têm o simpático hábito de se encontrarem todos no centro para um aperitivo de fim de tarde. Os bares e cafés ja contam com isso e oferecem pequenas entradas para comer, ou mesmo grandes entradas, pratos e pratos de comida são expostos à disposição dos clientes que se podem servir em pratos de plástico. Um dos cafés serve às sextas um verdadeiro banquete, salada de polvo, coxas de galinha, roastbeef, verduras grelhadas, tudo é exposto numa mesa no meio da praça e as pessoas vão chegando e servindo-se. No Instituto onde trabalha o Afonso já contam com isso e arranjam meia hora para irem jantar debaixo da grande árvore, para depois voltarem atarefados para as suas experiências até tarda noite. Agora estou aqui num bar do centro, o único assim com um ar mais decente em Bellinzona, porque apesar de generosos e simpáticos os bares deixam um pouco a desejar em termos de decoração. Há minha frente está uma taça de salada de massa que me tenta, mas acho que tenho que esperar pelo Afonso para me poder atirar a este pré-jantar.

Mas bom, bom digo-vos é beber um copo de vinho branco num dos castelos da vila. Bellinzona tem 3, um no alto, outro um pouco mais alto e outro bem lá no alto. São simpáticos e muito arranjadinhos, com uma relvinha muito aparadinha (alguns até têm uma vinha) e com simpáticos bares ou restaurantes onde comer. Beber uma copo às 7 da tarde, eu e o Afonso sozinhos na esplanada, com o tempo maravilhoso que tem feito a olhar para a cidade... faz-me pensar que de facto não podia ter vindo trabalhar para melhor sítio.



(sim, e acreditem que trabalho... ;)

Wednesday, August 1, 2007

palavras de naturezas tão diferentes mas que não saiem da minha cabeça:
1. em diamantina, apanhámos o festival de inverno, que tinha sessão de curtas sobre o sertão e fomos ver. a mais fixe de todas era sobre um projecto de cinema numa terra perdida lá no meio de um sertão qualquer. era engraçadíssima, mas fixe fixe era o título do filme q estavam a rodar´, que era brutal: OS NOVE MARMANJOS E O RABO DA CABRITA. ainda agora me rio a pensar nisso. n era pornográfico;
2. no cerro, na rodoviária, fui pousar um casaco à salinha do guarda volumes, onde estava um senhor encarregue daquilo. uma salinha mínima, toda velha e suja mas que tinha um espelho fixe. tinha posto um lenço no cabelo e, sem o homem ver, fui espreitar-me ao espelho, a ajeitar o lenço e os brincos. mas estava envergonhada e tímida e fiz as coisas sem o homem topar. quando dei por mim, ele olhava p o mesmo espelho, riu-se e disse: TÁ BONITA TÁ, NÃO PRECISA OLHAR NO ESPELHO. eu, vermelhíssima, saí de lá com um sorriso do tamanho da minha cara;
3.já nem me lembro onde, numa das estradas entre as terrinhas de minas, onde a presença da igreja é assim brutal, há recados pintados nas paredes das casas (tipo "sou feliz porque sou católico") ou até mesmo dentro dos ônibus com rezas. uma vez, olhando pela janela, passou um carro por mim e eu, toda leve, li o que o autocolante no vidro de trás dizia: DEIXE A CRIANÇA NASCER. engoli em seco e pensei que isto é que é eficiência assertiva;
4. em minas, o meu nome não existe. filipa é desconhecido. para além de suscitar risadas e desconforto por parte dos mineiros com quem ia falando, a coisa chegou ao cúmulo de, num hotel ranhosíssimo em belo horizonte, eu estar a mostrar o raio do meu passaporte ao recepcionista e este tenta ler o meu nome alto e sai-lhe FLGP. ele sabia ler, disse os meus 4 apelidos muita bem mas na cabeça dele era inconcebível pronunciar aquelas letras por aquela ordem. que coisa;
5. a minha irmã contou-e que o meu sobrinho diogo lhe disse que eu era uma princesa. que na cabeça dele no que toca aos laços familiares, eu era uma princesa. que coisa bonita.

  © Blogger template 'Isolation' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP