Wednesday, January 16, 2008

gosto muito muito do john cassavetes, gosto dele todo, por todos os motivos. por gostar muito muito dele, gosto dos seus filhos. nunca vi um filme do nick cassavetes, mas gosto dele, é inevitável. é como se fosse tanto este meu gostar que é demais, enche demasiado a medida e sobeja para aquilo que pode ser considerado a contiguidade desses de quem gosto.
é um critério lixado este mas é assim que é.

eu adoro a elis regina e, uma vez mais por contaminação, gosto da maria rita, que tem boa voz, teve coragem para começar a cantar, mesmo sendo filha daquela voz. escolhe muito bem as músicas que interpreta, não há nenhuma que seja desinteressante, a maior parte delas é mesmo boa. para além disso, é gira. quando apareceu, era redondita. depois engravidou e foi mais longe, estava linda. usava o cabelo curto, meio ondulado e eu gostava. por ser redondita e usar também o cabelo curto, que é ondulado.

agora, fez dieta, veste-se mais despida e a voz parace ter ido para o caraças. parece que esvaziou toda. tem um olhar vazio, desapareceu a soul que a voz dela tem. deixou o cabelo crescer, tira fotos foleiras, a sensualidade banalizou-se, aputalhou-se. e a voz também. parece meio perdida.

eu gosto muito dela e custa perceber que as coisas são duras mesmo e que a pessoa, fragilizada, pode perder-se e o brilho tornar-se baço. a vida é dura, é muito linda mas dura. voltei a ouvir, muito, o segundo albúm dela e, na altura, aquela voz brilhava. estou a resgatá-la dia-a-dia. ela herdou qualquer coisa da voz da mãe, para além de uma certa inconstância fod***. estou a fazer o albúm rodar muito para que o tempo acelere ou se baralhe, e as coisas consigam encontrar o seu sítio. esperemos que a maria rita linda volte a pôr-se a galope na vida.

2 comentários:

Ju January 16, 2008 at 8:08 AM  

Tenho um problema com os discos desta menina. As músicas são de facto muito bem escolhidas. Algumas versões são lindas. os discos têm consistência (o último ainda não ouvi como deve ser, portanto não posso comparar), mas algures, apesar da voz ser parecida com a da mãe, ela tem uma espécie de tonalidades constante que nunca a abandona e que me torna muito difícil ouvir os discos todos de seguida. Uma certa monotonia no tom, como se a voz prometesse mais mas ficasse sempre naquele registo. Não sei, manias minhas. Olha, de quem não gosto mesmo é da Bebel Gilberto. O primeiro disco era engraçado, mas agora fico irritadíssima com tudo o que ouço dela.

Filipa Rosário January 17, 2008 at 4:15 AM  

eu percebo isso, juss. mas qd ela canta sobre monotonia e desespero a voz serve muita bem. percebo perfeitamente o q dizes. a bebel, dessa nem consigo falar... é que me passa ao lado cá duma maneira.... e a neve?

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