Monday, January 28, 2008

Para todos aqueles que ainda não perceberam bem esta crise dos Subprimes...


"British satirist John Fortune is interviewed as "George Parr the Investment Banker" by fellow satirist John Bird to discuss and make light of the subprime mortgage scandal. At last, this infernal financial meltdown, laid out in terms that anyone can understand. The best bit runs from 2:50 to the end."

Friday, January 25, 2008

a vergonha, a maior das vergonhas, é que quando a inspiração se esconde sinto-me uma pateta a ler tudo o que os outros escrevem e tudo me soa, me parece tão bonito no sentido de ser interessante e curioso e genuíno. para depois, os olhos olharem para dentro e não encontrarem, coitados!, nada mas nada de curioso ou inteligente ou genuíno. não estou com pena de mim própria nem me sinto vazia, estou é não-expansiva. e adoro os posts da jussara, que são a cara dela e de quem eu quero saber o que pensa, como se diverte e diverge. às vezes, penso que devia ter uma agenda pela qual guiasse os temas das coisas que aqui debito. uma menos dilatada do que as pancadas que me tomam assim quase agressivamente. enfim, imagino-me muitas vezes, quando penso neste estado de felicidade silenciosa e concentração mais que necessária, aquele quadro muito estúpido, muito básico, muito pobre, mas é a imagem que me vem à cabeça - o "cala-te e come!". ando assim, calada e a comer. a olhar, a pensar, a absorver, e, pronto, a comer. sobretudo a digerir.

este post foi claramente inspirado naquela sopa de lentilhas super saborosa de que a jussy fala.
nunca serei magra. é pena.

A Sopa de Lentilhas


Tinha prometido à Pat já há algum tempo que deixaria aqui a receita da minha sopa de lentilhas. Aproveito o fim da semana para fazer um post sobre isso.
O meu interesse por sopa de lentilhas nasceu com uma recente visita ao um supermercado Indiano no Martim Moniz. A dona do supermercado é muito simpática e deu-me umas indicações de como fazer sopa com aquelas lentilhas já descascadas (vermelhas e brancas) acrescentando tomate e espinafres.

Depois de várias experiências e variações, e depois de ter encontrado aqui esta óptima receita, cheguei a uma fórmula (que terá sempre variações) que funciona muito bem para o meu paladar. Não dou indicações precisas de quantidades porque faço tudo um pouco a olho, mas fica aqui a ideia base.

é preciso:

Lentilhas : as lentilhas brancas, ou vermelhas ou amarelas, que são pequeninas e com aspecto descascado, têm a vantagem de cozer depressa e portanto em 20 minutos temos uma sopa pronta. As outras demoram um pouco mais, mas na realidade as lentilhas verdes são as mais saborosas. Uma boa ideia é misturar diferentes tipos de lentilhas.

Cebola ou alho francês: Eu sou uma grande fã de alho francês e acabo muitas vezes por substituir a cebola por este vegetal (gosto muito, uso um inteiro às rodelas). Mas na verdade é uma questão de opção pessoal e por vezes até uso os dois.

Alho: uns dois dentes ou mais. A ideia desta sopa é que quanto mais sabor tiver melhor.

Lata de tomate em pedaços: Comecei por fazer a sopa com tomate fresco, mas sejamos francos, o tomate fresco muitas vezes não sabe a nada. O tomate de lata funciona muitíssimo melhor nesta receita.

Batata: Esta foi uma descoberta simpática. Eu não gosto muito de espinafres porque deixam a sopa com um sabor um pouco pesado. As batatas, pelo contrário funcionam muito bem e contrastam com o picante da sopa.

Courgette: Este ingrediente foi acrescentado por mim, ou não fosse este um vegetal constante no meu frigorífico. Funciona bem, corto em pedacinho pequeninos e relativamente finos, enriquece a sopa, mas não altera o sabor.

A ideia é pôr o refogado a refogar, acrescentar as lentilhas, acrescentar água, acrescentar o tomate, acrescentar a courgette. Quando faltam 10 minutos para a sopa estar pronta acrescentar cubos pequenos de batata. Entretanto vai-se acrescentando especiarias...

Especiarias: OK, aqui vale um pouco tudo. Essencial, essencial é o piri-piri seco, desfeito. Dois piri-piris, pelo menos. Mas depende dos gostos. Quem tiver acesso a caril tailandês ou outro tipo de caril em pasta pode optar por isso. Depois é um pouco de tudo, um pouco de caril em pó, gengibre em pó, pimenta preta, nós moscada... Por vezes uso gengibre fresco e aqui na Suíça já consegui encontrar erva-príncipe fresca (lemon-grass) e ficou muito bom. Acho que é mais ou menos isso, depende do que tenho disponível.

Para terminar: serve-se nos pratos e põem-se coentros picados e sumo de lima em cima.

Muito bom, muito fácil, muito picante :)

(PS - o site Design Sponge tem esta secção de receitas de que gosto bastante. Já experimentei esta e esta. E acho que este fim-de-semana vou experimentar esta. Eu sou terrível para fazer doces de qualquer tipo; gosto pouco e tenho preguiça. Mas bolinhos de chocolate e coco que não precisam de ir ao forno? Tenho que experimentar :)

(PS2 - A única razão pela qual ando a escrever tanto é que passo 9 horas fechada numa biblioteca suíça sem falar com ninguém.. algures tenho que manter a sanidade)

(A foto não tem nada a ver, é só para ilustrar o post ;)

Maira Kalman



Com o início do ano resolvi que tinha direito a comprar-me um presente e escolhi um livro da minha lista de saved Itens do Book Depository. O livro em questão é este, e descobri-o porque tinha sido aconselhado em alguns craft blogs que andei ler na altura do Natal. É lindo, mesmo, um pouco pretensioso, mas daquele pretensiosismo que eu gosto muito e de que são feitos quase todos os blogs que leio. A meio caminho entre o intelectual, o emotivo e o artístico. Muito femininos em geral. Muito úteis para manterem a minha mente saudável em tempo de tese.
O livro é escrito/desenhado/fotografado por Maira Kalman, e podem ver o seu conteúdo nestas páginas do The New York Times.









Gosto em particular desta segunda página que aqui deixo. Apesar de não ter ilustrações gosto muito da parte final, da ideia de que o cérebro parte sozinho à procura das imagens de que precisa. As da autora são inglesas. O meu, nem sei bem porquê, anda numa fase muito oriental. Gostava muito de ir ao Japão (Tailândia também não era mau).

Scarlett sings Summertime



(E deixo aqui o link para um vídeo que revela o que o Bill Murrey diz à Scarlett no final do Lost in Translation. Só para quem tem muita curiosidade... Eu, por exemplo, acho que o filme só ganha com o final em aberto.)

Tuesday, January 22, 2008

Os Lares


Estava aqui a ler o post da Filipa, a achar tudo muito bom (gosto muito do tema da tese dela) quando me deparei com a informação de que ela não gosta da palavra Lar. "Oh que raios, coitadinhos dos lares, são tão simpáticos" foi o que me veio à cabeça. Depois é claro tive que desconstruir e reconstruir um pouco a origem deste meu pensamento, porque isto veio de longe, lá do fundo da minha memória.

O conhecimento reduzido que tenho sobre a palavra Lar vem das minhas aulas de Latim na escola Italiana. Parecendo que não, eu acabei por estudar 5 anos de latim, 5 anos onde não aprendi a traduzir uma única palavra de latim (copiava descaradamente), mas onde me dedicava com uma certa atenção ao estudo da literatura latina. Todo esse conhecimento, tenho que dizer, desapareceu algures pelo caminho e eu agora reduzo-me a saber alguns nomes como o do Catulo (de quem gostava muito), Virgílio, Apuleio...
Ora, numa das aulas de Latim, a nossa Professora (que era uma senhora, sempre impecável, daquelas senhoras muito cools porque parece que já perceberam o mundo todo, mas não deixam de ter compreensão pela forma mundana como as outras pessoas levam as suas vidas) deu-nos um texto tirado do Aululária do Plauto, que começa com uma introdução feita pelo Lar familiaris da casa onde se passa a acção. Foi ela que nos explicou que os lares familiares eram divindades protectoras romanas que protegiam cada família e casa. Para os romanos existiam vários tipo de Lares: os Lares domestici (os das casas), os lares familiares (os das famílias - que representavam os antepassados), os lares viales (os dos viajantes), os lares praestitis (do estado), os Lari Compitales (dos cruzamentos), entre muitos outros... Os lares familiares estavam associados a uma determinada casa e nunca a abandonavam.
Por alguma razão eu gostei muito desta imagem, e imaginei os lares como sendo uns simpáticos espíritos, pequeninos, sentados em cima do aquecimento central (estávamos em Itália, e no Inverno), muito divertidos e ocupados em proteger os habitantes das suas casas. Uma espécie de duendinhos dos espaço doméstico... Não uma imagem religiosa, mas mais afectiva, os lares seriam o que tornam uma casa particular e diferente (e a explicação pela qual as casas antigas têm mais "alma" do que as novas).

Pelos vistos esta imagem ficou, mesmo que semi-apagada, e ainda hoje a palavra lar vem com tudo isto associado.

(tive que consultar vários artigos na Internet para me poder lembrar disto tudo, obviamente)

Monday, January 21, 2008


os joads, n'as vinhas da ira (o livro e o filme), fazem a route 66 para sobreviver, que hoje já não existe inteira mas que nas nossas cabeças é completa, nem que seja simbolicamente.
demorei muito tempo a ler o livro, é muito duro. reli-o agora por causa das estradas e dos trajectos na américa e dos heróis e de mais uma catrefada de razões. mas é por causa do steinbeck e do ford, os respectivos responsáveis pela matéria prima e pela sua re-criação, que a estrada, a maior dos estados unidos, ganhou o seu estatuto mítico.
na década de 20, com a quantidade estúpida de dinheiro que circulava nos eua, foi criada uma rede de estradas e auto-estradas (sem portagens!) que assegurava uma circulação fluida entre estados. na mesma altura, e sublinhando o materialismo e o ambiente histérico de festa daquela américa, a indústria dos carros mais que lucrava e aquelas estradas e auto-estradas tornaram-se veias. uns anos depois, a bolsa crashou, estados faliram, e todos tiveram de se desenrascar com o que podiam.
por causa disso, a família joad, paupérrima e expulsa da sua própria casa, junta-se a milhares de outras famílias e todas viram-se para o oeste, onde está a promessa da felicidade, da fruta sumarenta e de trabalho para todos. (é também onde fica hollywood.) o movimento em direcção a essa promessa - furada - não é inútil, apesar de parecer ser. é o povo a mover-se, levando consigo a sua casa e a criar on the road pequenas simulações daquela de que foram obrigados a prescindir. mas, como não se está na época dos cowboys, a terra já pertence a alguém, já está organizada. é o furo da promessa.
a viagem é um parto, aquela viagem é um parto, é a tentativa constante de fundar um novo lar (eu não gosto da palavra lar), que vai sendo sucessivamente boicotada. e dessa resistência surge a solidariedade e a revolução, e a esperança, porque eles continuam sempre a andar.
as vinhas da ira, o livro e o filme, é um texto bíblico, que eu amo.

o texto original é do steinbeck e a jussara ofereceu-me o diário do escritor da altura em que escrevia o livro.
a epígrafe do prefácio é uma citação de uma outra obra do steinbeck, Travels with Charley, e diz: "... home has ceased to exist except in the mothballs of memory.".
é um excelente ponto de partida para tudo, até para o meu trabalho. excelente.


Friday, January 18, 2008

NOVO: LINKS!!

Este blog anda tão maltratadinho, coitadinho, que ainda nem tínhamos tratado dos links para outros blogs. Já estava a pensar nisso há algum tempo e hoje finalmente decidi-me. Irei acrescentando os links regularmente, começando pelos blogs dos amigos. Na verdade acho que é mais uma listagem para nós do que para os nosso poucos (mas bons) leitores, mas bom, nunca se sabe, pode ser que os achem interessantes...

Hoje começo pelo novo super super blog do Zé Mário, todo sobre livros.

(depois um dia faço uma listagem dos meus craft blogs favoritos)

(menina Filipa, a ideia é ires também acrescentando blogs... se te apetecer, é claro)

Algarves...


Este autocolante mural lembra-me muito os Verões algarvios, o que é uma coisa boa. Se as minhas paredes de casa fossem um pouquinho menos rugosas, acho que arranjaria um cantinho para estas plantas espreitarem.

Compra-se aqui.

(depois era só arranjar um incenso com cheiro a estevas... Bom, pensando bem, já tenho um ambientador com o nome de "under a fig tree", que acaba por ter a mesma funcionalidade. Ah, e tenho também uma figueira na sala - que agora está sem folhas, coitadinha. - hummm... Começo a ver que se está a delinear um padrão...)

Wednesday, January 16, 2008

Documentários (Links)


Aqui, a lista dos melhores documentários disponíveis para serem vistos grátis on-line.

e

Aqui
, uma série de posts sobre documentários muito interessantes (alguns já vi), com respectivo torrent para download (num site que tem muito mais para oferecer).

(a foto não tem nada a ver ;)

Old Conan O' Brien on the Jon Stewart Show

gosto muito muito do john cassavetes, gosto dele todo, por todos os motivos. por gostar muito muito dele, gosto dos seus filhos. nunca vi um filme do nick cassavetes, mas gosto dele, é inevitável. é como se fosse tanto este meu gostar que é demais, enche demasiado a medida e sobeja para aquilo que pode ser considerado a contiguidade desses de quem gosto.
é um critério lixado este mas é assim que é.

eu adoro a elis regina e, uma vez mais por contaminação, gosto da maria rita, que tem boa voz, teve coragem para começar a cantar, mesmo sendo filha daquela voz. escolhe muito bem as músicas que interpreta, não há nenhuma que seja desinteressante, a maior parte delas é mesmo boa. para além disso, é gira. quando apareceu, era redondita. depois engravidou e foi mais longe, estava linda. usava o cabelo curto, meio ondulado e eu gostava. por ser redondita e usar também o cabelo curto, que é ondulado.

agora, fez dieta, veste-se mais despida e a voz parace ter ido para o caraças. parece que esvaziou toda. tem um olhar vazio, desapareceu a soul que a voz dela tem. deixou o cabelo crescer, tira fotos foleiras, a sensualidade banalizou-se, aputalhou-se. e a voz também. parece meio perdida.

eu gosto muito dela e custa perceber que as coisas são duras mesmo e que a pessoa, fragilizada, pode perder-se e o brilho tornar-se baço. a vida é dura, é muito linda mas dura. voltei a ouvir, muito, o segundo albúm dela e, na altura, aquela voz brilhava. estou a resgatá-la dia-a-dia. ela herdou qualquer coisa da voz da mãe, para além de uma certa inconstância fod***. estou a fazer o albúm rodar muito para que o tempo acelere ou se baralhe, e as coisas consigam encontrar o seu sítio. esperemos que a maria rita linda volte a pôr-se a galope na vida.

http://labiosdesilencio.files.wordpress.com/2007/07/maria-rita01.jpg
esta moça canta muito bem o poema ali de baixo. muito bem mesmo.
tenho ouvido todos os dias, todas as manhãs.

Sobre todas as coisas

Pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado: desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém abandonado
Pelo amor de Deus

Ao Nosso Senhor, pergunte se ele
construiu nas trevas o esplendor
Se tudo foi criado: o macho, a fêmea, o bicho, a flor
criado pra adorar o Criador
E se o Criador inventou a criatura por favor,
se do barro fez alguém com tanto amor
para amar Nosso Senhor

Não, Nosso Senhor, não há de ter lançado em movimento
Terra e Céu, estrelas percorrendo o firmamento em carrossel
pra circular em torno ao Criador

Ou será que o Deus que criou nosso desejo é tão cruel
Mostra os vales onde jorra o leite e o mel
e esses vales são de Deus

Pelo amor de Deus, não vê que isso é pecado
desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém abandonado
Pelo amor de Deus!

Edu Lobo – Chico Buarque

Sunday, January 13, 2008

Book Depository

EStá a ficar deveras preocupante o tamanho dos meus "saved items" no site The Book Depository.
Esta livraria on-line é uma verdadeira perdição. Imaginem um site, com uma imensidão de livros em Inglês, com descontos inacreditáveis e... sem despesas de transportes. Parece ficção-científica, mas não é. Esta modalidade altera totalmente a nossa maneira de pensar a compras on-line: já não é preciso pensar no preço de transporte a acrescentar, já não é necessário juntar vários livros por encomenda para ficar mais conveniente (e não é preciso pensar nas taxas alfandegárias porque vem tudo do Reino Unido). Agora quando um livro nos interessa é ir ver se está disponível e encomendar.
A coisa fantástica é que a maioria dos livros (ou seja, os não técnicos, que esse custam muito, muito) tem de facto preços convidativos e descontos ainda mais em conta. Cada vez que vou lá procurar alguma coisa que vi recomendada num site ou blog dou por mim a descobrir que não custa mais do que 7 Libras. Isso são 10 Euros!!! Onde é que cá se compram livros por 10 euros?
Bom, o resultado é que cada vez que encontro alguma coisa interessante a um preço razoável gravo na minha lista de "saved items"... Um perigo... Fico com todos aqueles livros interessantes à distância de um clic e facilmente dou por mim a pensar "já que não fui jantar fora poderia mandar vir um livrinho da Inglaterra..."

Nota1: O site é muito simples e não oferece tantas informações sobre os livros como a Amazon Inglesa. Oferece sim, e aí está o toque de génio, o link directo para a página da Amazon do livro que estamos a pesquisar. Dá para comprar preços, mas dá para ver também informações adicionais que o The Book Depository não tem.

Nota2: Apesar de ter páginas coma sugestões e entrevistas, este também não é um site de descoberta; o motor de busca é fraquinho. As pesquisas devem ser feitas na net ou na Amazon e depois sim vai-se ao The Book Depository ver se têm o livro disponível. Depois é só juntar aos "saved Items" e esperar pela ocasião certa para o comprar.

Alguns livros actualmente na minha lista:

- The Guerilla Art Kit de Keri Smith (autora deste blog e de muitos mais livros que gostaria de explorar)

- Follow the Line. Um livro infantil muito lindo e inteligente que só não o compro para mim porque o acho desperdiçado. Fica guardado para quando uma das "minhas crianças" fizer anos.

- Um livro da série de banda desenhada Sock Monkey. Ouvi dizer muito bem e pela pequena amostra que encontrei na net fiquei curiosa. Um dia vou mandar vir um.

(também tenho uns livros sobre o tema da tese, mas esses não é importante linkar)

Friday, January 11, 2008

Ratapult

(clicar na foto para a ver em tamanho decente)

Tirado daqui

Thursday, January 10, 2008

gosto muito muito do john cassavetes, gosto dele todo, por todos os motivos. por gostar muito muito dele, gosto dos seus filhos. nunca vi um filme do nick cassavetes, mas gosto dele, é inevitável. é como se fosse tanto este meu gostar que é demais, enche demasiado a medida e sobeja para aquilo que pode ser considerado a contiguidade desses de quem gosto.
é um critério lixado este mas é assim que é.

eu adoro a elis regina e, uma vez mais por contaminação, gosto da maria rita, que tem boa voz, teve coragem para começar a cantar, mesmo sendo filha daquela voz. escolhe muito bem as músicas que interpreta, não há nenhuma que seja desinteressante, a maior parte delas é mesmo boa. para além disso, é gira. quando apareceu, era redondita. depois engravidou e foi mais longe, estava linda. usava o cabelo curto, meio ondulado e eu gostava. por ser redondita e usar também o cabelo curto, que é ondulado.

agora, fez dieta, veste-se mais despida e a voz parace ter ido para o caraças. parece que esvaziou toda. tem um olhar vazio, desapareceu a soul que a voz dela tem. deixou o cabelo crescer, tira fotos foleiras, a sensualidade banalizou-se, aputalhou-se. e a voz também. parece meio perdida.

eu gosto muito dela e custa perceber que as coisas são duras mesmo e que a pessoa, fragilizada, pode perder-se e o brilho tornar-se baço. a vida é dura, é muito linda mas dura. voltei a ouvir, muito, o segundo albúm dela e, na altura, aquela voz brilhava. estou a resgatá-la dia-a-dia. ela herdou qualquer coisa da voz da mãe, para além de uma certa inconstância fod***. estou a fazer o albúm rodar muito para que o tempo acelere ou se baralhe, e as coisas consigam encontrar o seu sítio. esperemos que a maria rita linda volte a pôr-se a galope na vida.

Wednesday, January 9, 2008

A Girl Called Eddy


De todos os discos que ouvi nos últimos dois anos (desde que tenho o Ipod e a minha forma de ouvir música mudou) o disco desta menina (músicas disponíveis no link) é sem dúvida o que gostei mais. Não vos sei explicar porquê.
Racionalmente apercebo-me que não é muito diferente de muitas outras meninas de quem gosto muito (tive uma fase de meninas melodiosas - ou não fosse eu uma fã original/incondicional da Susanne Vega), tipo Keren Ann, Feist, Rachel Yamagata, e outras que por cá andam no Ipod e de que gosto mais, ou menos...
Mas as músicas tristes e harmoniosas do seu disco agarram-me como nenhuma outra, quase hipnoticamente e fazem com que eu consiga ouvir o seu álbum todo de seguida, mais do que uma vez. Isto é dizer muito, porque eu, por natureza, tenho uma incapacidade grande de ouvir muitas músicas de uma mesma pessoa/grupo de seguida. Sou uma fã incondicional das músicas aleatórias do Ipod, e quanto mais misturadas melhores. Portanto, e voltando à menina Eddy, tendo em conta que nunca tinha ouvido falar dela quando ouvi o disco, continua a ser um mistério porque nunca me farto das suas canções e porque espero impacientemente por um novo disco prometido mas não ainda lançado...

(e com isto tudo não cheguei a dizer nada sobre a música em si, mas bom, melhor assim... não tenho jeito nenhum para isto)

(uma entrevista em vídeo com a cantora)

Tuesday, January 8, 2008

Momentaneamente obcecada...

... com chás Japoneses.

Em particular:

o Genmaicha (com arroz torrado, uhm... tão bom)


e o Kukisha (acrescentando um pouco de casca de lima)

Monday, January 7, 2008

KJOO





A loja do Etsy com a peças de crochet e feltro mais fantásticas de todas é esta. Fico a babar-me a ver as coisas lindas e sempre diferentes que lá vão aparecendo. Por uma vez acho que os preços exorbitantes que se pode pedir por uma peça de usar ao pescoço até são merecidos, porque são, de facto, peças de arte.

A surpresa é que a artista em questão é portuguesa, chama-se Maria Ribeiro e cresceu em Palmela.

(Aqui a sua colecção de fotos)

da pinta

o I Know Where I'm Going (Powell e Pressburger, 1945), o Letter from an Unknown Woman (Ophuls, 1948) e o The Awful Truth (McCarey, 1937) são filmes excelentes, tudo está bem e tudo trabalha bem para o mesmo fim e, por causa disso mesmo, o sentido próprio dos elementos que compõem cada uma das obras, desses todos que são o tudo, é resgatado e re-valorizado em si. (é a guideline pela qual gostaria e gosto de guiar a minha vidinha tão linda, pois é.)

mas de tudo o que por lá anda, naqueles três filmes gigantes: a história, os truques impressionantes na gestão de tudo o que por lá se passa, a câmara inteligente e mexida e fluida e séria, a montagem no mesmo registo, os actores excelentes, generosos e lindos - são pessoas bonitas, isto é, de tudo aquilo que não nos permite distinguir a forma do conteúdo e que tornam aqueles filmes portos seguros a revisitar para sempre para a frente, aquilo que me conquista e mexe comigo pessoalmente são as mulheres, as protagonistas.

são 3 mulheres diferentes, personagens diferentes a lidar com o seu objecto amoroso.
o modo como lidam com o inevitável, como vão aprendendo ou ensinando, e como as três, as três!, cada uma a seu tempo, tomam o controlo da narrativa e subvertem o jogo de forças que parecia, num primeiro nível, dominá-las é de deixar qualquer pessoa imóvel, a querer respirar baixinho, nervosamente, para não interferir com a ordem natural das coisas e uma pessoa só se pode considerar sortuda por poder testemunhar essa força brutal da vida. é lindo.

http://www.littlegoldenguy.com/pimgs/JoanFontaine.jpgjoan fontaine
The image “http://www.britmovie.co.uk/actors/h/images/004a.jpg” cannot be displayed, because it contains errors.wendy hiller
http://www.stanford.edu/~brooksie/Stars/IreneDunne.JPGirene dunne

são rainhas: autónomas, directas, independentes, pragmáticas, full of witty, lindas com roupas lindas. dão cartas, sabem que estão perante cenários duros, trágicos até, mas não bloqueiam, reagem porque é como é, é o que é.
a mais linda, claro, é a do filme do powell, a do meio.

volto para as estradas.


eu não sou uma investigadora excelente como a juss, não me consigo perder em blogs de perder a cabeça recheados com coisas bonitas e tão apetecíveis - não me consigo perder porque também não consigo lá entrar: são labirintos.

a minha perdição, e salvação, têm sido uns filmes que vou vendo (em boa companhia) e, cheia de sorte, e que resgatam o meu bom senso de um universo de filmes com carros e perseguições, caminhos, estradas. um universo jeitoso, apetitoso mas da esfera do trabalho - um turn-off lixado.

mas acho que ainda irei escrever sobre estes filmes, pelo menos o do powell.
se calhar, devia estar a estudar um pacote fixe de filmes de amor.
agora, quase tudo parece melhor.







o sapal partilha o caminho, mesmo que em etapas diferentes.

Sunday, January 6, 2008

Ideias




Estes deliciosos anéis podem ser compostos e recompostos em pequenas paisagens rurais "anelares".

Não tenho a certeza de quão práticos são, mas não deixam de ser geniais.

Compram-se aqui.

Friday, January 4, 2008

O Novo Ano

O novo ano vai ser difícil. A tese tem de terminar, a bolsa vai acabar, há a possibilidade feliz de um emprego pós-bolsa que me alegra um pouco, mas que só me vem pôr mais pressão em cima devido aos seus timings.
Faço listas de tudo o que tenho a fazer com um programa simpático do Mac, preparo-me para stressar, mas a minha mente funciona como sempre funciona e foge para outras paragens. Acredita que a futura estadia na Suiça vai resolver o problema da inércia actual e refugia-se na imaginação de novas receitas culinárias. Não devia ter ir ido ao tailandês na Quarta, é o que dá.

Mas bom, algumas coisas estão sendo feitas, algures obrigo-me a riscar itens da lista e com calma lá chegaremos. O Stess neste momento é bem vindo. Este meu estado de ansiosidade-placidez é pouco produtivo e terá consequências futuras.

Entretanto ontem tirei do porta-chaves a chave da livraria onde trabalhei há três anos e meio a trás. Significará isso alguma coisa?

Ideias

Aqui, um site com a lista de todos os actores que estiveram para fazer um papel num filme que acabou por ir para outra pessoa. Alguns são um pouco especulativos, mas não consigo deixar de achar piada à quantidade de Filmes que o Richard Gere fez porque o papel foi recusado pelo John Travolta.

Aqui, uma loja da Etsy com malhas várias feitas de cashmere muito lindinhas. Não gosto particularmente desta moda nova das luvas sem dedos, mas confesso que se não fossem tão caras compraria umas destas.

  © Blogger template 'Isolation' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP