Wednesday, November 18, 2009

i'm not young enough to know everything

Hoje bebi café a mais... Chatice. Eu nem se quer gosto de café, bebo-o mais para nõa cair para o lado a dormir depois do almoço e normalmente com esse dou-me bem. Mas hoje apetecia-me uma coisa quentinha à tarde e chocolate quente é uma miragem neste país, portanto pedi um galõa e veio logo um galão de máquina... dois cafés portanto... e agora estou aqui neste estado de semi torpor e ansiedade à espera que o efeito pare e que isto nõa me obrigue a voltar aos meus horários noctívagos.

Sim, porque na última semana e meia estou estranhamente com horários diurnos. Nõa me perguntem como é que isto aconteceu, os meus sonos e a controlo que têm sobre mim continuam a ser um grande mistério na minha vida. Penso que levei a minha nactambulice ao máximo numa semana em que tinha que entregar um relatório e estive doente e isso teve consequências. Insónias e afins. Tensões cá em casa porque ninguém consegue viver com uma pessoa com os horários tõa descontrolados como os meus... Bom, quando o relatório foi entregue acabei por dar a volta, adormecia às 7 da noite e acordava às 6 da manhã. Uma fase ainda mais estranha... Agora já estabilizou de forma mais normal, vamos ver se se mantém.

Estou a escrever isto e o ragazzo está lá em baixo a ver o jogo de Portugal com os auscultadores :). A desvantagem da televisõa em HD é que está uns bons segundos defasada em relaçõa a outras televisões, portanto para nõa ouvir os festejos dos golos antes do tempo o Afonso tem que se isolar do resto do mundo. Na verdade eu prefiro assim, eu nõa consigo ver jogos da selecçõa, fico demasiado nervosa por causa da importância que isso tem para todos à minha volta. Fico com pena das outras equipas. Nunca fui capaz de suportar a tensõa e podendo evito esse tipo de sofrimento.

Ando completamente dislexica a escrever, têm que me desculpar, é uma desgraça. Nõa sei o que se passa com os meus dedos, nõa me obedecem muito bem. Em particular agora escrevo sempre õa em vez de ão, acham normal? Já lá vai um mês que isto me acontece todas as vezes e a coisa começa-me a irritar (por essa razõa nõa vou corrigir o erro aqui no post).

:) :) O ragazzo lá em baixo grita pelo treinador do Benfica :) Bom, nõa, na verdade acho que é a outro Jesus que se está a referir ;)

Hoje estive a ler um artigo de uma menina que fez uma tese igual à minha, exactamente ao mesmo tempo do que eu. Única diferença? Ela já a escreveu e eu não :). Isso e o facto de ela ser francesa e ter analisado outra realidade. Tivesse sido há uns anos atrás acho que teria ficado muito preocupada com isto, agora já nõa, pelo contrário, ver escrito aquilo que tem andado na minha cabeça e que tenho tido dificuldades em passar para o papel na verdade tranquiliza-me um pouco. Faz-me sentir que algures há algo para dizer no meio de tudo o que tenho pensado. Dá para organizar um pouco as ideias, concentrar-me no mais importante, perceber o que eu tenho para dizer a mais do que ela... Algures vejo uma tese, o que me vem tranquilizar um pouco porque até recentemente andava tudo muito baralhado na cabeça.

Tenho só que conseguir escrevê-la agora, o que nõa é necessáriamente fácil. Tive recentemente de fazer uma mini tese no meio da tese para garantir o meu sustentamento e foi duro. Obriga-nos a investir nas coisas que fazemos bem, mas sobretudo a percebermos as nossas limitações. E as nossa limitações têm a ver com a distância entre aquilo que está na nossa cabeça como ideia e o que de facto conseguimos transpor para o papel. Tenho sempre inveja das pessoas que escrevem com facilidade. Quando digo isto normalmente respondem-me que é uma questõa de trabalho e de treino o que, tenho que dizer, me irrita solenemente. Nõa é que nõa concorde, é so que às vezes é bem mais do que isso e torna-se uma luta complicada.

Por falar de escrita de teses :) :)... Hoje estive a ler o artigo sobre a identidade da blogger inglesa Belle de Jour. Eu tinha acompanhado um pouco o blog dela há uns anos atrás quando surgiu, mas depois desinteressei-me. A prostituiçõa, como ponto de partida ficcional, é como os vampiros e os extraterrestres, nõa me diz absolutamente nada. Mas bom... no outro dia tinha visto que tinham feito uma série a partir dos livros feitos a partir do blog e tinha ficado a pensar se sempre tinham descoberto quem era o autor do blog (especulou-se muito se seria um homem). Agora finalmente já se sabe que é uma mulher, uma investigadora com um passado de call girl de luxo. Voltando às teses, numa entrevista perguntaram-lhe porque começou a trabalhar como prostituta e a autora respondeu:

“I submitted the thesis but I was still preparing for the viva — there was quite a lot of writing and studying still to do.(...) I couldn’t find a professional job in my chosen field because I didn’t have my PhD yet. I didn’t have a lot of spare time on my hands because I was still making corrections and preparing for the viva; and I got through my savings a lot faster than I thought I would. (..) Yeah, you could work behind a bar. But how many hours would you have to do just to pay your rent? (..) To be honest, the writing-up of a thesis takes up so much of your time and so much of your energy.”

Ahah :). Muito bom. Escrever uma tese de facto dá cabo de nós, mas nunca tinha pensado que poderia levar alguém a prostituir-se (bom, fisicamente falando, porque intelectualmente todos nós acabamos por cair nessa tentaçõa). É a melhor desculpa do mundo :). (e nõa te preocupes, Afonso, nõa penso utilizá-la daqui a uns meses quando as poupanças se forem... acho ;)

Aparentemente estamos no mundial, informam-me :). Coitadinhos dos bósnios, gostava que estivessem lá connosco.

He he, já nõa escrevia tanto assim há meses, meses! É o que dá uma overdose de café. Nõa que eu nõa pense em postar um pouco mais, pelo contrário. Eu acho que ter um blog me faz bastante bem à cabeça, no sentido em que muitas vezes penso em discurso directo em vez que andar a remoer as ideias de forma fechada, o problema, uma vez mais, é depois passar essas ideas e discursos para o papel e para vocês, meus leitores semi-imaginários. O facebook também veio descentivar o investimento aqui no blog, porque cumpre um pouco essa funçõa comunicadora...

Por falar em facebook... Uma das suas coisas boas é o facto de me ter voltado a pôr, mesmo que indirectamente, em contacto com os meus ex colegas de liceu lá de Itália. Estou a falar das pessoas com quem partilhei o quotidiano durante 5 longos anos, mas com os quais perdi quase completamente contacto quando regressei a Portugal (com a excepçõa da minha "irmã" Arianna, claro está). Bom, hoje recebi um mail de um meu ex colega, com quem eu partilhei a mesa quando tinha 15/16 anos, já lá vão quase 20 anos. Colega este que nõa só nos fazia imensamente rir, como fumou demais na vida e tinha (e tem, dizem-me) o ar mais charrado do mundo, mesmo quando nõa estava charrado. Apesar de já nõa falarmos há anos, hoje ele escreveu-me um mail, no seu estilo muito próprio, só para me dizer que lhe fazia prazer informar-me que o meu antigo colega de carteira irá ser pai em Março. De um pequeno italo-japonês. E eu achei isto a coisa mais linda do mundo. A sério, quase que chorei...






A citaçõa do título é do Oscar Wilde, e tirei-a daqui.

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