As invasões bárbaras
Está a dar neste momento na televisão um filme que agora à distância me apercebo que foi um dos melhores filmes que vi nos últimos anos. É um filme complexo, que é muitas coisas ao mesmo tempo, passando pelo retrato geracional ou retrato dos confrontos inter-geracionais, ao discurso político, ao drama familiar. Não sei, acho simplesmente um filme ultra inteligente, muito bem escrito e construído, que repesca o filme anterior (com 20 anos) de forma brilhante, transformando este novo filme em muito mais do que outro alguma vez foi. Não sei, não sou muito boa a falar de filmes sem entrar em banalidades, o que queria dizer é que raramente um filme conseguiu equilibrar tão bem o lado do discurso inteligente e racional, com a análise das relações humanas no que têm de mais importante e básico. E sobretudo o que queria dizer é que o rai do filme me pôs a chorar como uma tontinha no escuro do cinema (a mim e à fili)... e que por mais que os filmes sejam bons hoje em dia raramente nos surpreendem como este me surpreendeu a mim.
(Apesar de gostar muito dos diálogos brilhantes do filme, da relações entre os amigos de longa data, a problemática do envelhecimento de uma geração utupista e debochada, ou até da relação com a morte, o que gosto mesmo no filme é a forma, sem demasiado moralismos (só alguns), como constroem ou reconstroem a relação do pai e do filho).
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