os dois primeiros padrinhos foram restaurados e o film forum, um cinema de arte tão cool tão cool que os empregados até são arrogantes, está a passá-los. ontem fui ver o primeiro padrinho. ainda fico chocada com as pessoas neste género de salas que comem pipocas e bebem sumos meio inacreditáveis enquanto vêem filmes mais ou menos intelectuais. bom, perante uma filmaça, também eu vacilo.
mas, então, vi o padrinho num ecrã grande, nunca tinha visto!! as luzes apagam-se todas, não se ouve um pio, chegam as primeiras notas da música do filme, supergraves, bem pesadas e o ecrã a negro. na plateia, um tipo grita um yeahhhhhh!!! e começa a bater as palmas e mais algumas pessoas juntam-se, e eu a rir da cena tão bonita. umas 100 pessoas felizes que até batem palmas por ir ver o padrinho. e lá vi. os americanos riem-se de coisas de que a gente não se riria, acho. o que de alguma forma ajuda a desconstruir o filme. e, se ele resiste, é bom. é tão lindo.
é tudo lindo, o filme não tem explicação, já o vi bastantes vezes e vê-lo aqui e num cinema é um bocado intenso. passa-se muito em ny, as caras são iguais às das pessoas daqui - mas sempre menos assustadoras que as do the wire. havia silêncio muito forte na morte do sunny e um medo ainda maior e sempre em crescendo pelo michael, o grande al. a pessoa fica com vontade de se benzer. e pensar que foi feito por um miúdo a quem o estúdio deu um porradão de dinheiro, um miúdo que tinha feito muito poucas coisas, nada de lucrativo. uma pessoa reconheceu-lhe valor e, por ser italiano, as outras aceitaram. está lá a família toda dele, tem um estrutura impecável, actores brutais, é uma sinfonia gigante conduzida por um jovem mestre. tudo a mexer com as minhas tendências e paixões cinemáticas.
quando o filme acabou, já eu tinha vibrado imenso com a cena do cavalo, reconhecido o johnny guitar, me babado com tanta comida italiana, colocado de novo do lado da família assassina impiedosa, não resisti. a maneira de estar dos americanos no cinema não parece ter mudado muito desde o tempo do cinematógrafo, comem e bebem na sala, são super expressivos, batem palmas e tudo. e, ali, enfiada num lugar absurdamente pequeno, no meio de uma sala na esquina da houston com a 6ª av, eu fui americana. porque bati palmas com eles.
Wednesday, September 17, 2008
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4 comentários:
:-)
que lindo mana!
Gostava tanto de ter partilhado desta felicidade contigo! Desfruta muito minha linda. Um bocado americana (no bom sentido claro) já tu és há algum tempo mulher!!! Mas percebo perfeitamente o que quiseste dizer (fez-me lembrar a Guiné, porque lá as pessoas, na sua maioria, também comentam os filmes e séries e a mim só me dava para rir. Mas também me manifestei muitas vezes com elas! Agora, pensando nisso, faz tanto sentido o que dizes... De te sentires americana porque também bateste palmas...) Muitas saudades... Tua Rita
que descrição maravilhosa, fili. a malta não esteve aí contigo, mas quase nos fazes sentir que sim... um beijo enorme, um abraço daqueles e montes de saudades.
Voçê é linda sabe o que quer, voçê é linda sim!
E eu aqui cheio de saudades tuas. Lipa como gostava de ter partilhado esse momento contigo in loco.
Aquele beijo e abraço
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