Japanland
A Filipa tem totalmente razão, a tese parece que nos bloqueia ao se apoderar de quase todo o nosso espaço mental e torna a leitura de um simples livro de ficção uma tarefa muito mais complicada. Para contornar isso a minha mente tem se interessado por outros livros, livros que falam um pouco de realidade e que por isso me deixam ficar com um pé na terra e não descolar.
Uma outra consequência da tese é o meu enorme actual interesse por temas relacionados com o Japão. Não sei muito bem porque será, acho que tem a ver com o facto de ser a terra e realidade mais longínqua, longe de grande parte das preocupações que deveriam ser as minhas preocupações actuais. Dou por mim a saber tudo sobre chá verde, a ler blogs relacionados com o Japão e a imaginar futuras viagens a esse país...
No meio das minhas pesquisas na net fui dar por acaso com este livro que faz a descrição de uma viagem que uma documentarista americana fez durante um ano no Japão. Pareceu-me suficientemente interessante e ligeiro para esta fase meio estranha em que ando agora e mandei vir o livro o mês passado. Acabei este fim de semana.
A autora passou um ano no Japão com o objectivo de conhecer melhor esse estranho país e de fazer um documentário. O livro é uma espécie de anexo ao documentário, um diário de bordo sobre as suas experiências mais pessoais e sobre o que ela aprendeu durante a viagem. Lembra um pouco os livros do Bill Bryson, se bem que com um pouco menos de ironia, mas com um pouco mais sensibilidade, "entrega" e vontade de conhecer a sério a realidade do país que está a visitar. O facto de ela ser mulher também acaba por ser uma vantagem: entre o que mais me impressionou no livro foi exactamente perceber como este país ainda é um país de regras e costumes e como o papel da mulher continua muito pré-definido. Não sei se a sua visão sobre a realidade do país não será em parte enviesada pela sua dificuldade em se integrar, mas apesar de ter achado algumas partes do livro um pouco um catálogo de eventos tradicionais, no seu conjunto gostei de o ler. Confesso que acabou por ter um duplo efeito sobre mim... Por uma lado continuo com uma vontade enorme de lá ir, de comer aquela comida, de visitar aqueles lugares, de conhecer aqueles contrastes. Mas por outro fiquei surpreendida com toda aquela rigidez e protocolo, assustador para quem cresceu no meio dos valores individualistas e feministas ocidentais.
O livro tem ainda outra coisa boa. Depois de ter lido todas aquelas descrições, pude ir à net e ver o primeiro (aqui, aqui e aqui) de quatro episódios do documentário que ela acabou por fazer. Oportunidade para confrontar as imagens que tinha construído dentro da minha cabeça com a realidade. (não sei se teria gostado muito do documentário se não tivesse lido o livro).
(continuo a ser uma péssima crítica de livros e filmes :), mas ficam com as informações...)
1 comentários:
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