o meu pai mora em bruxelas e eu vim visitá-lo por uns dias.
eu gosto muito de estar aqui. o meu pai dá-me pocket money e destrói em segundos a torre erguida a muito custo, a torre dos 30. e eu com um sorriso nos lábios por ver que ela até cai com facilidade. aqui, é frio e chuvoso e cinzento. por causa disso, tudo está muito organizadinho e quentinho, tudo é muito cómodo e funcional porque na rua não rende nada estar. por isso, é um sítio perfeito para se trabalhar. para trabalhar na comunicação que se tem de apresentar em aveiro, daqui a 3 semanas, em inglês, sobre um filme que, temo, não irá resistir em mim a tanta reflexão. bruxelas também é bom para comer. não é bom, é o melhor. portugal e itália são gloriosos, mas aqui come-se muito bem pratos de todo o mundo. muito bem mesmo. por exemplo, ontem dinamitei o meu estômago num restaurante tailandês, mas hoje pude mimá-lo e forrá-lo com um crepe francês perfeito com mel e limão. e, assim, com mais um sorriso, sofri menos na barriga. a glória, essa é da cerveja. bruxelas tem cinemateca, bons museus e livrarias, concertos fixes e lojas super cools. mas não para o bolso de uma bolseira, claro.
aqui em casa, o chão é quentinho, a vista de qualquer das janela(ça)s é genuinamente bonita e os sofás parecem sussurrar filipinha, deita-te aqui, que sou quentinho e fofinho. tudo está no sítio em que deve estar, porque com o meu pai é assim. a ordem é respeitada e só assim pode surgir a tranquilidade e o equilíbrio. nisso, é muito pouco freak. mas não faz mal que juntei mais soul e rock ao itunes dele.
é um privilégio poder encontrar poiso num lugar assim, por tudo, tudo isto.
a vida trata-me bem.